Estudo divulgado nesta sexta, 13, pela organização
não-governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e
Justiça Penal lista 14 cidades
brasileiras entre as 50 mais violentas do mundo. Salvador figura nesta
lista, aparecendo como a quarta do Brasil com maior número de homicídios
por 100 mil habitantes (56) e 22ª no mundo.
Maceió ocupa o 1º lugar entre as cidades brasileiras, com 136
homicídios por 100 mil habitantes, seguida de Belém (78) e Vitória (67).
Após Salvador, está Manaus (51), São Luís (50), João Pessoa (48),
Cuiabá (48), Recife (48), Macapá (45), Fortaleza (43), Curitiba (38),
Goiânia (37) e Belo Horizonte (34).
No ranking mundial, o estudo mexicano classifica as cidades
brasileiras na seguinte ordem: Maceió (3ª), Belém (10ª), Vitória (17ª),
Salvador (22ª), Manaus (26ª), São Luís (27ª), João Pessoa (28ª), Cuiabá
(31ª), Recife (32ª), Macapá (36ª), Fortaleza (37ª), Curitiba (39ª),
Goiânia (40ª) e Belo Horizonte (45ª)A cidade
mais violenta é San Pedro Sula, em Honduras, com médias de 159
homicídios por 100 mil habitantes. O segundo lugar coube à cidade
mexicana de Ciudad Juárez, com 148. A cidade liderou o ranking por três
anos e é área onde age um dos maiores cartéis de drogas do México.
Outras 11 cidades deste país figuram no ranking, sendo que cinco ficam
na fronteira com os EUA.
O estudo utilizou informações de municípios com mais de 300 mil habitantes e que contêm estatísticas oficiais de homicídios na internet. Foi apontado que, das 50 cidades listadas, 40 estão localizadas na América Latina.
O secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa,
disse, por meio da assessoria de imprensa, que não iria comentar o
estudo, pois não conhecia a metodologia nem o período a que os dados se
referem. A SSP-BA informou,
porém, que já se registra uma redução de 16% dos homicídios no primeiro
semestre de 2011, em comparação ao mesmo período de 2010 na Região
Metropolitana de Salvador. A SSP disse que Barbosa se pronunciará quando
os números de 2011 estiverem consolidados.
Facilidade - O sociólogo e pesquisador da
Universidade Federal da Bahia (Ufba) Luiz Lourenço aponta que, “na
América Latina, a desigualdade social é o grande problema que as cidades
enfrentam”. O pesquisador, entretanto, pondera que as causas da
violência não podem ser apontadas isoladas. “Várias tendências explicam a
violência”, disse.
Mas Luiz Lourenço salienta que, para conter tais índices, é preciso
pensar a violência pública de forma integrada. “É preciso começar a
olhar qual a sociabilidade nestas cidades, quais as características que
tornam o número de homicídios tão grande, o que elas têm em comum. Será
que todas são marcadas por tráfico de drogas?”, questiona. “É necessário
buscar saber o que têm em comum uma cidade no México, Fortaleza e
Goiânia, por exemplo. Colocar isto em pauta”, apontou.
Quanto ao tráfico, ele sustenta que o número de mortes está ligado ao
fato de ser uma atividade rentável e ilegal. “A prática termina sendo
violenta e há alta rotatividade de quem comercializa estes produtos.
Contribui muito para este quadro a facilidade com que se consegue uma
arma de fogo”, comentou. A Confederação Nacional de Municípios (CNM)
divulgou em maio de 2011 que 93,6% dos homicídios em Salvador foram
causados por armas de fogo.
0 Comentários