Policiais militares emitiram, nesta quarta-feira (15), uma nota de repúdio contra o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o delegado Arthur Gallas.
Após polêmica declaração à Agência Estado sobre o possível envolvimento de PMs nos crimes que assolaram a capital baiana durante a greve parcial da polícia,
categoria critica Gallas e diz que "existem bandidos na Polícia
Militar, mas também na Polícia Civil" e questiona: "Porque o delegado
não fala destes já que desta cultura entende muito mais?".
Veja abaixo nota de repúdio dos policiais militares:
AMIGOS
TENHO
OBSERVADO AS DECLARAÇÕES DO DELEGADO ARTUR GALLAS PELA IMPRENSA FALADA E
ESCRITA E A TRIBUNA DA BAHIA DE HOJE PUBLICA O AUGE DA INSENSATEZ, SOU
POLICIAL MILITAR HÁ 27 ANOS E JAMAIS OBSERVEI TAMANHO ABSURDO, FICO A
PENSAR SE DENTRO DA LOGICA DE RACIOCINIO DO DELEGADO SE QUEM FAZ GREVE
COMETE HOMICIDIOS QUANDO ERA LIDER DO MOVIMENTO GREVISTA DOS DELEGADOS
NA POLICIA CIVIL ASSIM TAMBÉM O FEZ?
A
POLICIA MILITAR NÃO ACOBERTA,NÃO FAZ PARTE DA NOSSA CULTURA “ABAFAR
CRIMES”,MUITO PELO CONTRÁRIO, AGIMOS DENTRO DA LEI, DEVE FAZER PARTE DA
CULTURA DO PRÓPRIO, POIS TENTA JUSTIFICAR SUA INCOMPETENCIA
ATRIBUINDO CRIMES A POLICIAS MILITARES SEM NENHUM EMBASAMENTO PARA
TANTO, TENTA ENCOBRIR QUE MAIS DE 92% DOS CASOS DE HOMICIDIO EM SALVADOR
NÃO TEM O PROCESSO SEQUER INICIADO, ISTO SIM É VERDADE,QUE O DIGA O
SAUDOSO MESTRE GEY ESPINHEIRA, SE NÃO CONSEGUE INICIAR QUE DIRÁ
CONCLUIR, O DESAFIO A INFORMAR O NUMERO DE INQUERITOS CONCLUSOS DE 2006
ATÉ HOJE, ASSIM FICARÁ CLARO QUE NÃO POSSUI NENHUM DADO QUE POSSA LEVAR A
CONCLUSÃO QUE POLICIAS MILITARES SÃO ASSASSINOS SIMPLESMENTE PORQUE
ESTA BEM LONGE DE SABER QUEM PRATICOU, E MESMO SE ASSIM FOSSE ISTO NÃO
LHE DÁ O DIREITO DE DENEGRIR A IMAGEM DE UMA INSTITUIÇÃO QUASE
BICENTENARIA.
EXISTEM
BANDIDOS NA POLICIA MILITAR MAS TAMBEM EXISTEM NA POLICIA CIVIL, PORQUE
O DELEGADO NÃO FALA DESTES JÁ QUE DESTA CULTURA ENTENDE MUITO MAIS?
COM QUE AUTORIDADE FALA DA CULTURA DOS POLICIAIS MILITARES, QUEM LHE
DEU ESTE DIREITO? A NOSSA CULTURA DELEGADO É PROTEGER O CIDADÃO A
DESPEITO DO SEU CREDO,COR GENERO E POSIÇÃO SOCIAL, CERTAMENTE NÃO
ENTENDERÁ O QUE SIGNIFICA,POIS SE ENTENDESSE JAMAIS COMETERIA ESTA
DISCRIMINAÇÃO.
AGIR
FORA DA LEI NÃO É CASO DA PM E SIM O DO DELEGADO, POIS APESAR DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL EM SEU ARTIGO 5º INCISO LVII AFIRMAR QUE: “NINGUÉM
SERÁ CONSIDERADO CULPADO ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA PENAL
CONDENATÓRIA”, CONTRARIANDO FRONTALMENTE ESTE ARTIGO, APRESENTA A
IMPRENSA COMO SE JULGADOS E C0NDENADOS FOSSEM SEGUNDO SUAS PRÓPRIAS
PALAVRAS “SUSPEITOS” .
NÃO
VOU ENTENDER ESTE DEVANEIO OFENSIVO E LAMENTÁVEL DO DITO DELEGADO COMO
INSTITUCIONAL, APESAR DA FUNÇÃO QUE OCUPA, POIS TENHO CERTEZA DE QUE NÃO
REPRESENTA O PENSAMENTO DOS POLICIAS CIVIS E SIM O DELE.
PORTANTO,SUGIRO QUE O DELEGADO OCUPE SEU TEMPO FAZENDO COM QUE SEU
DEPARTAMENTO FUNCIONE,PODENDO COMEÇAR POR INICIAR E CONCLUIR O
INQUERITOS DO ANO DE 2011, QUEM SABE ANTES DA COPA DE 2018 CONSIGA.
HENRIQUE MELO
Veja na íntegra matéria publicada na Agência Estado com declaração de Arthur Gallas:
Cidade
PMs suspeitos de 25 homicídios
Publicada: 14/02/2012 00:01| Atualizada: 13/02/2012 22:43
Balanço
preliminar da Secretaria de Segurança Pública da Bahia aponta que, no
período da greve parcial da Polícia Militar no Estado, entre a noite de
31 de janeiro e a noite de sábado, ocorreram 180 homicídios na região
metropolitana de Salvador - 111 na capital e 69 nos demais municípios.
A
média diária de homicídios na região, de 15, foi mais que o dobro do
que a registrada nas semanas anteriores à paralisação, de 6,7 por dia, e
levou o mês a ser o fevereiro mais violento já registrado na região,
apesar de o mês ainda estar chegando à metade.
O
maior índice para o mês inteiro, registrando anteriormente, havia sido
em 2010, com 172 assassinatos. Ontem, primeiro dia após o fim da
paralisação, foram registrados mais três homicídios na região, dos quais
um na capital.
Segundo
dados do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), há
“fortes indícios” de execução em 45 dos 180 casos. Entre eles, existe a
suspeita de participação de policiais ou ex-policiais militares em “de
25 a 30” assassinatos no período, segundo o diretor do órgão, delegado
Arthur Gallas. Os “15 ou 20 restantes” são atribuídos a disputas entre
traficantes de drogas e cobranças de dívidas do tráfico.
“Os
crimes suspeitos de envolver policiais são característicos desses
grupos que fazem segurança clandestina em áreas populares, a pedido de
comerciantes”, afirma Gallas.
“Em
todos esses casos, as vítimas são jovens, negras, usuárias de drogas,
sem residência fixa, com histórico de furtos e roubos nas regiões em que
circulavam. Pessoas que prejudicam os negócios dos comerciantes.”
Dificuldades
– De acordo com Gallas, há “vários PMs suspeitos” de envolvimentos nos
crimes, mas há dificuldades nas investigações - entre outros motivos,
pela pouca colaboração dada por próprios integrantes da PM. “As
corporações têm conhecimento de muitos dos casos, mas eles são abafados,
pela própria cultura dos militares”, avalia.
Possíveis
ligações entre os PMs suspeitos de participar das mortes e o comando
grevista também estão sendo investigados. “Ainda não temos elementos
para atribuir os homicídios ao comando da greve, mas há fortes indícios,
em alguns casos, da intenção de causar comoção na sociedade para
pressionar o governo”, afirma o Secretário de Segurança Pública,
Maurício Barbosa.
“O
que notamos foi um crescimento dos índices de criminalidade dentro da
proporcionalidade (territorial) que era observada antes da greve, então
temos de ter o cuidado de avaliar o que foi, de fato, resultante da
paralisação”, diz o secretário. “O que é certo é que, com a greve,
tivemos um campo mais fértil para a criminalidade. As apurações vão ser
feitas e é claro que vamos instaurar os inquéritos.”
Rio
– O secretário Maurício Barbosa, por outro lado, enaltece o trabalho do
setor de inteligência da Polícia Civil da Bahia, atribuindo a ela parte
do pouco impacto que o movimento grevista teve no Rio, após a
paralisação na Bahia.
“O Rio se preparou em cima do que fizemos aqui”, afirma.
“Veio
pessoal da inteligência deles para acompanhar, porque a paralisação no
Rio seria o epicentro do movimento nacional, que seguiria até Brasília.
Uma parte do sucesso lá foi obtido ao se demonstrar a articulação
nacional do movimento. Conseguimos abortar isso com o nosso trabalho de
inteligência.” (Agência Estado)
Fotos: Roberto Viana//Bocão News e Secom
Fotos: Roberto Viana//Bocão News e Secom
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