Os
tropicalistas voltaram a se reunir num enfrentamento com a construtora
baiana Norberto Odebrecht, que decidiu "homenagear" a Tropicália no
batismo de um condomínio de luxo em Patamares, no litoral de Salvador,
próximo ao parque ecológico de Pituaçu. A Odebrecht é acusada de fazer
"uso comercial" do ideário do movimento artístico irrompido nos anos 60,
associando-o à explosão imobiliária que muda o perfil da orla atlântica
e que atinge áreas verdes da primeira capital do País.
Depois
de Caetano Veloso, crítico do crescimento desregulado de Salvador e
primeiro a reagir à Odebrecht, o compositor Tom Zé emitiu uma
notificação, avisando à empreiteira que não aceita a homenagem. Os nomes
dos idealizadores da Tropicália chegaram a ser usados para promover a
venda dos espigões.
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...Manifesto-me aqui, como membro do movimento tropicalista e artista
da música brasileira, para requerer aos senhores que cessem o uso
indevido dos nomes das obras artísticas que foram e são referência no
cenário artístico nacional e internacional, posto que tal uso, além de
não autorizado, vai contra toda a filosofia desse movimento, cujos
participantes jamais autorizariam vincular sua obra a um empreendimento
imobiliário desse porte - reagiu Tom Zé, na carta.
Tom
Zé é contrário à especulação imobiliária na Bahia e já criticou as
mudanças no PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano), promovidas
pelo prefeito João Henrique Carneiro e pela Câmara de Vereadores.
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