Escutas telefônicas realizadas pela Secretaria da Segura
Pública da Bahia (SSP-BA), com autorização da Justiça, apontam que o
principal chefe da greve da PM, o ex-soldado Marco Prisco, incitou ações
de vandalismo durante a paralisação dos policiais. As conversas
mostram, ainda, a intenção de expansão do movimento para o Rio de
Janeiro, São Paulo e outros estados.
De acordo com as gravações, o grupo também planejava uma greve conjunta para inviabilizar o Carnaval
na Bahia e no Rio, com a possibilidade de chegar a São Paulo. As
escutas são parte das investigações da SSP-BA sobre possíveis
ilegalidades cometidas pelos policiais militares durante a paralisação. O
titular da SSP-BA, Maurício Teles Barbosa, afirmou ao A TARDE que há
outras gravações em que Prisco incitaria mais atitudes violentas: “A
nossa intenção é mostrar que existem outros interesses por trás da
manifestação”.
Em gravação do último dia 5, Prisco convoca o presidente da
Associação de Policiais e Bombeiros da Bahia (Aspojer), David Salomão, e
a Companhia de Ações Especiais No Sudoeste e Gerais (Caesg). Em
resposta, Salomão promete queimar veículos.
Assista ao vídeo em que aparece o telefonema de Prisco:
“Incompleta” - Também ouvido pela equipe de reportagem, Marco Prisco alegou que a gravação divulgada
estaria “incompleta”, e que ele teria, em uma nova ligação para
Salomão, recomendado “que ele ficasse calmo e permanecesse no quartel.
Eu só pedi para ele vir para cá. Isso está claro. A gravação não dá
prosseguimento”.
Segundo ele, “quando falo em fechar a BR é para fechar com ônibus”. Prisco negou que estivesse participando
de um amplo movimento para a aprovação da PEC 300, que cria um piso
nacional para policiais e bombeiros militares. “Todo mundo sabe que sou
favorável à PEC 102. Não tenho nada a ver com a articulação”, afirmou. A
PEC 102 prevê a criação de uma polícia única no Brasil.
Políticos - Segundo nota no site da revista Veja, o
deputado federal Anthony Garotinho (PR) estaria incentivando o cabo
Daciolo, da PM carioca, a entrar em greve no Rio. Por meio de um blog
pessoal, Garotinho negou. Outro nome citado pelo site é o da deputada
estadual Janira Rocha (PSOL-RJ).
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