Preso na Cadeia Pública em Mata Escura, o líder da greve da Polícia
Militar Marco Prisco está custodiado em uma cela comum, isolado dos
outros presos e tranquilo, segundo o seu advogado Rogério Andrade. A
situação é idêntica a do ex-cabo Antônio Paulo Angelini, detido com
Prisco na desocupação da Assembleia Legislativa na quinta-feira (9). De
acordo com Rogério Andrade, também advogado de Angelini, o ex-cabo está
em outra cela sozinho na mesma penitenciária.
Ainda segundo o advogado, Prisco passou as duas noites de quinta e
sexta-feira (09 e 10) tranquilo e confiante que, com a divulgação na
íntegra das ligações grampeadas, terá elementos para articular a sua
defesa. “Ao se entregar, ele evitou o enfrentamento, o que não quer
dizer que seja uma derrota do movimento. O grampo irá na íntegra para os
autos e o juiz verá que não há ato delituoso em sua fala”, acredita
Andrade.
O advogado diz estranhar a divulgação do áudio editado com a conversa
de Prisco com o colega grevista, o ex-soldado e advogado do Centro de
Assistência dos Policiais Militares e Associados – JUSPM, David Salomão,
na quarta-feira (8), feita pelo Jornal Nacional da Rede Globo antes de
ter sido analisado pela Justiça . “O que me estranha é de só a Globo ter
tido acesso ao áudio antes da Justiça. Pra mim, isso caracteriza
interesse político”, afirma.
Custódia - No Complexo Penitenciário da Mata Escura
também está localizado o Batalhão de Polícia de Guardas (BPGD), onde era
lotada a soldado Jeane de Souza, que foi flagrada em um grampo feito
pela Polícia Federal ao tramar um ataque ao BPGD. Jeane está presa no
12º Batalhão, em Camaçari.
De acordo com o tenente-coronel, Paulo César, superintendente de
Gestão Prisional do Complexo da Mata Escura, não foi necessário esquema
especial de segurança para a custódia dos presos do motim, apesar das
declarações de possível vulnerabilidade de acesso através da muralha do
Batalhão de Guardas, na Avenida Gal Costa, revelado pela soldado Jeane
durante as gravações interceptadas pela PF. “Ela imaginou que seria
simples o acesso, mas nossos homens tem ordens de atirar para quem se
aproximar”, revela o superintendente.
O soldado da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental da Polícia
Militar (Coppa) Alvin dos Santos Silva, primeiro dos 12 policiais com
mandado de prisão detido em serviço, permanece detido na Polícia do
Exército, no Imbui, juntamente com o sargento Elias Alves, preso na
terça-feira (7), pela Polícia Federal nas proximidades de Jauá, em
Camaçari. Ambos receberam nesta sexta, 10, a visita de advogados.
Mandados - Elias Alves é apontado como um dos
líderes da greve de policiais militares na Bahia e foi o segundo
policial preso em cumprimento aos 12 mandados de prisão expedidos pela
justiça. O sargento, que está na PM desde 1982, era lotado na 12ª
Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), responsável pelos
bairro de Ondina e Rio Vermelho.
Já contra o soldado Alvin Silva
pesa a acusação de formação de quadrilha e roubo de viaturas. Os outros
8 mandados ainda estão para serem cumpridos pela justiça federal na
Bahia.
O soldado Alvin Silva é acusado de formação de quadrilha e roubo de
viaturas. Os outros 11 mandados estão para serem cumpridos pela justiça
federal na Bahia.
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