Peças indígenas com mais de mil anos são furtadas em SP

Urnas funerárias indígenas com mais de mil anos, testemunhos importantes da pré-história da região, estão entre as peças furtadas da reserva técnica dos museus de Sorocaba. O crime só foi descoberto no sábado, quando uma funcionária constatou que uma das portas do antigo Matadouro Municipal, no Jardim Brasilândia, zona norte, que abriga o acervo, tinha sido arrombada.

Os ladrões levaram ainda espadas do período imperial com símbolos de D. Pedro II, capacetes e utensílios de combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932, equipamentos da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), teares usados nas primeiras fábricas de tecidos de Sorocaba e praticamente todo o acervo do Museu do Tropeirismo, como selas, chicotes, baús e vasilhames confeccionados entre os séculos 19 e 20.

O prédio invadido armazenava desde setembro do ano passado o acervo não exposto dos museus Histórico e Ferroviário e ainda todo o acervo do Museu do Tropeirismo, cujo prédio está sendo restaurado. O prédio, administrado pela Secretaria da Cultura, não tinha vigilância. Os ladrões quebraram vidros das janelas e arrombaram a porta metálica usando, provavelmente, um pé-de-cabra. Também podem ter usado um caminhão para o transporte do material furtado. Dezenas de caixas que armazenavam as peças foram abertas e reviradas.

De acordo com a diretora do Patrimônio Histórico de Sorocaba, Sônia Paes, muitos dos objetos furtados podem ser facilmente vendidos para antiquários e colecionadores, como rádios a válvulas, máquinas de escrever e antigos teares. O presidente da Organização Não Governamental (ONG) Memória Viva, Sérgio Aranha, lamentou o furto e criticou a falta de vigilância no prédio. "A memória sorocabana está sendo maltratada", disse. A Secretaria da Cultura informou que há um vigilante destacado para aquele prédio e vai apurar se houve falha. A prefeitura informou que haverá todo empenho para reaver os objetos.

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