Condit: vitória 'polêmica?'Carlos
Condit é o novo campeão interino dos meio-médios (até 77kg) do UFC.
Sábado à noite, em Las Vegas, o norte-americano teve mais sangue frio
para se impor na verdadeira guerra de nervos que dominou a luta
principal da edição 143, venceu apertado o compatriota Nick Diaz na
decisão unânime e garantiu o mérito temporário, estipulado para suprir a
longa ausência do campeão oficial Georges ST. Pierre (se recupera de
cirurgia no joelho).
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Os brasileiros da programação tiveram noite impecável, com três vitórias em três lutas. Renan Barão venceu Scott Jorgensen nos pontos e ganhou moral como possível desafiante ao título dos galos (até 61kg). Rafael Sapo teve combate mais morno contra Michael Kuiper, mas também levou a melhor na decisão. Já Fabrício Werdum retornou ao UFC após quatro anos e detonou o 'gordinho' Roy Nelson.
Lá e cá - Diaz começou no estilo característico, caminhando para frente e com socos pausados e precisos. Condit respondeu com chutes variados, mas foi sistematicamente cercado pelo octógono.
O equilíbrio de ações foi predominante nos primeiros quinze minutos. O panorama se alterou com mais relevância apenas no quarto round, quando Condit toureou mais o adversário com os chutes e escapes ao ser encurralado contra as grades da arena. Mesmo sem ser propriamente contundente, a maior versatilidade lhe garantia vantagens importantes.
A hora da verdade veio com o último assalto. Diaz seguiu com provocações e 'chamadas' do oponente para a luta. O combate foi para o solo, com Condit em relativa desvantagem, mas não houve tempo para qualquer finalização. De forma unânime, o resultado ficou com Condit, que faturou o cinturão e se credenciou para encarar St.Pierre em breve.
A decisão causou revolta instantânea em Diaz, que chegou até anunciar a suposta - e precoce - aposentadoria. "Fui melhor e todos viram, dominei as ações. Não sei o que fazer, mas acho que não preciso mais desta merda de MMA", disse o lutador.
Atropelou - Werdum começou com golpes mais eficazes sobre Nelson. Com um chute na parte interna da coxa, desequilibrou o adversário, imediatamente pegou as costas e quase encaixou um mata-leão. O norte-americano voltou em pé, mas foi pego no clinch e levou fortes joelhadas no rosto, que abriram grande corte.
Werdum: joelhada nele!O assalto seguinte teve a mesma fórmula. O atleta gaúcho usou a vantagem na envergadura para aplicar sequências de socos e travar o oponente nos clinches para colocar mais golpes fortes com os joelhos. No terceiro, suportou o esboço de reação de Nelson e seguiu com ataques contundentes, como um chute frontal que acertou em cheio o rosto do norte-americano. No fim, a vitória na decisão unânime ficou para o brasileiro.
Parada dura - Barão dominou a distância com propriedade desde o começo. Com bons jabs e fortes chutes nas pernas, esgrimiu e se desvencilhou de ser levado ao solo. Um belo giratório de calcanhar acertou o rosto de Jorgensen e deu fim à primeira etapa.
A segunda parcial começou movimentada. O norte-americano insistiu em investidas nas pernas até derrubar, mas o brasileiro caiu por cima e travou as ações. Quando voltaram em pé, o melhor volume de luta do potiguar foi atestado com mais cruzados e patadas precisas.
No round derradeiro, a troca de golpes foi mais franca. Barão otpu em dosar mais os ataques no começo, mas não deixou nenhum golpe do oponente sem resposta. O brasileiro ainda conectou bons cruzados e convenceu os juízes que merecia a vitória na decisão unânime.
O resultado solidifica ainda mais o potiguar como um dos principais concorrentes ao título dos galos (em posse do norte-americano Dominick Cruz). "Dana White, quero o cinturão!", gritou o brasileiro, logo após o combate.
Susto - Rafael Sapo logo mostrou que a receita mais direta seria levar o holandês Michael Kuiper ao solo. Com isso, encurtou a distância e derrubou várias vezes o europeu, mas deixava brechas para Kuiper levantar.
Na segunda parcial, Sapo telegrafou demais as tentativas de quedas, mas acertou os melhores golpes. A parcial final começou um verdadeiro pesadelo para o brasileiro. Kuiper acertou um soco que mandou Sapo a knockdwon. O atleta mineiro mostrou bom poder de recuperação até conseguir ótima queda e encaixar um katagatame (estrangulamento que pressiona braço e pescoço simultaneamente). Kuiper aguentou firme mais de 40 segundos e não bateu.
No fim, a vitória ficou com Sapo na decisão unânime. "Teve uma hora que escureceu tudo. Mas o jiu-jitsu me salvou mais uma vez", disse o lutador
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