O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta
quarta-feira, 7, que o "tsunami monetário" pode atingir o Brasil, mas
que o País está preparado para evitar essa forte entrada de dólares.
Segundo ele, 2012 não será um ano fácil, porque a crise internacional
continua e o desafio maior é a recuperação da indústria brasileira.
Por
isso, o governo vai tomar várias medidas na área cambial e de defesa
comercial para garantir que esse setor possa usufruir do crescimento do
mercado interno. Ao falar do câmbio, afirmou que o governo não vai
permitir que haja especulação com o real no mercado futuro e à vista.
"Temos
vários trilhões de dólares que serão injetados na economia mundial e
que não têm muito para onde ir. Isso vai causar desvalorização das
moedas desses países, acirrando a guerra cambial. Estamos preparados
para isso, não vamos deixar o real se desvalorizar", afirmou o ministro,
durante o balanço do primeiro ano do Programa de Aceleração do
Crescimento 2 (PAC 2).
Ele acrescentou que o câmbio tem reagido
às medidas que o governo toma e pode tomar. "O mercado está mais
precavido na hora de se expor porque sabe que perde dinheiro se investir
na hora errada", avaliou. "Temos muita munição, o mercado sabe disso e
respeita o propósito do governo em não permitir que o dólar se
valorize", completou.
Segundo Mantega, houve um agravamento da
turbulência externa nos últimos dias, que também impactou as taxas de
câmbio. Para ele, mesmo os países emergentes mais dinâmicos, como a
China, estão desacelerando, com impacto em todos os mercados.
Exportações
- O ministro elogiou ainda o desempenho comercial do Brasil em 2011,
quando as exportações cresceram apesar do encolhimento dos mercados
internacionais e do que chamou de "luta renhida" entre os países para
ocuparem esses espaços. "Mesmo assim conseguimos aumentar embarques. É
verdade que mais em commodities porque é difícil ganhar mercado com bens industriais no momento", acrescentou.
"Conseguimos
ficar com o dólar acima de R$ 1,70. É um patamar que melhora a
competitividade das exportações brasileiras, mas não é ideal. Apesar de
não existir patamar ideal, quando maior for a cotação melhor para a
indústria", avaliou, lembrando que ontem o dólar fechou em R$ 1,76.
Ele
pediu mais investimentos das empresas estatais, especialmente da
Petrobras, e mais crédito e juros menores dos bancos públicos. Mantega
disse à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que não
faltarão recursos para a empresa, que deve investir mais de R$ 80 bilhões neste ano, e que o governo vai pressionar a diretoria a usá-los.
0 Comentários