Apesar de defender a tese da unidade entre a oposição, o deputado federal ACM Neto (DEM) vai anunciar a pré-candidatura à prefeitura de Salvador
nesta terça (17), em evento no Hotel Fiesta. A notícia provocou espanto
no também prefeiturável Antonio Imbassahy (PSDB), que até a semana
passada manteve conversações com o democrata a fim de buscar consenso na
disputa pelo Thomé de Souza. “Fui pego de surpresa”, afirmou o tucano.
Mesmo assim, ele manteve a diplomacia. “Qualquer agremiação tem o
direito legítimo de apresentar esse pleito. Mas, eu continuo na busca
pela união de todas as forças. O PSDB sempre coloca a questões de
interesse público acima das posições do partido. Neste caso específico, o
que nos motiva é construir um projeto para recuperar Salvador, que
passa por uma das fases mais complicadas de toda sua história”.
Depois de “alfinetar” o aliado histórico, Imbassahy fez questão de
enaltecer o grupo liderado pelos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima.
“Nacionalmente o PSDB tem uma proximidade ideológica muito grande com o
DEM. Entretanto, na Bahia estamos construindo uma relação muito intensa
com o PMDB. Esse vínculo, aliás, já ultrapassa as questões políticas.
Hoje, temos uma aliança pessoal e de confiança mútua”.
Com o "pé atrás"
O presidente regional do PMDB, Lúcio Vieira Lima, reconhece a
legitimidade da pré-candidatura do Democratas. Mas, admite que a postura
dificulta a formação de um bloco uniforme. “A possibilidade de união,
com certeza, se enfraquece. Sempre defendi o diálogo até os 45 minutos
do segundo tempo. Agora, esse passo de ACM Neto estimula que os outros
nomes sejam postos. Isso pode ter consequências positivas ou negativas”.
O dirigente só foi mais incisivo ao falar sobre o comportamento do
ex-prefeito Imbassahy. “Tem agido com muita seriedade e lealdade. Com
ele não ficamos com o ‘pé atrás’, o jogo é sempre às claras”.
Nos bastidores, já se cogita a possibilidade de uma chapa composta entre
Antonio Imbassahy e Mário Kertész, âncora do Grupo Metrópole de
Comunicação.
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