A
estiagem que atinge o Semiárido e norte baianos nos últimos meses já
começou a afetar as cidades com mais de 100 mil habitantes no estado. A
Coordenação Estadual de Defesa Civil da Bahia informou ontem (23) que
Vitória da Conquista, terceiro maior município baiano, já sofre com
racionamento de água.
“Tivemos chuvas em algumas regiões, mas não foi suficiente para dar
volume nas aguadas [cavidades feitas para armazenamento de água para
homens e animais], nem para mudar os níveis das barragens. E grandes
cidades do interior, como Vitória da Conquista, dependem desses níveis
para o abastecimento”, explicou Luciana Silva Santos, Secretaria de
Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza na Bahia.
No estado, 242 municípios estão em estado de emergência. Outras seis já
são considerados em estado de risco pelo estado, mas ainda não tiveram a
situação reconhecida pelo governo federal.
Luciana Santos explicou que algumas medidas estão sendo adotadas, como a
venda de milho, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a
preços “de balcão” para alimentar os animais e que garantem algum grau
de umidade para pequenos rebanhos. Além disso, estão sendo usados
recursos federais para enviar carros-pipa e alimentos para áreas rurais.
Enquanto falta água no interior, a chuva vem maltratando a população da
região metropolitana de Salvador desde a última quinta-feira (17). De
acordo com a assessoria da Defesa Civil da capital soteropolitana, 540
áreas estão em risco. Estima-se que 100 mil pessoas morem nesses locais.
Até o momento, a Defesa Civil de Salvador registrou mais de mil
solicitações de emergência, como alagamento de áreas, desabamento de
imóveis, ameaça de desabamento, queda de árvores e desabamento de terra.
A maioria das ocorrências foi deslizamento de terra e as áreas com
maior número de solicitações foram São Marcos, Pau de Lima, Sussuarana,
Bairro da Paz, Grotas, Tancredo Neves, Alto da Terezinha, Canabrava e
Fazenda Grande.
A assessoria do órgão informou que já foram cadastradas 99 famílias que
tiveram suas casas atingidas e distribuídos mais de 16 mil metros
quadrados de lonas que são colocadas nas encostas para evitar
deslizamento de terra, onde vivem outras 193 famílias.
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