Pecuaristas de Itamaracá, na Bahia, relatam prejuízos com a seca

Há mais de três meses que não cai chuva forte em I

Itabuna, cidade localizada no sul da Bahia. Além dos agricultores, os pecuaristas da região também sentem os prejuízos causados pela seca.  Em Itamaracá, distrito de Itabuna, a situação é preocupante.
Sem água na região, o verde dos pastos deu lugar a cor marrom. "Na hora que vou almoçar boto o feijão, encho minha barriga, mas deixo os bichinhos [o gado] com fome. É duro, viu? É duro. é pedir a Deus que aconteça, que mande uma chuvada [chuva] para nós, que nós estamos com uns 80 dias sem chuva aqui na nossa região", diz o agricultor Dermival Barbosa.
Fazendas dos municípios de Itabuna, Buerarema e Itapé foram prejudicadas. A maioria produzia leite e os agricultores já começaram a sentir as consequências da seca. De acordo com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), na região eram produzidos dois mil litros de leite por dia. De abril para maio, ainda sedundo a EBDA, esse número caiu mais da metade. Hoje são tirados apenas 700 litros de leite por dia. "Praticamente a produção caiu uma média de mais de 60%. A gente tirava a média de 20 litros [de leite], caiu e a gente está tirando oito, seis litros no máximo", afirma o agricultor Pedro Venceslau.
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Muitas fazenda da região tem como principal fonte de água um tipo de represa que capta água da chuva, mas com toda essa estiagem muitas estão secas, ou pelo menos, com o nível abaixo do normal, além de estar com a água completamente contaminada, que não serve nem para os animais beberem. "Vai afetar a sanidade dos animais, principalmente dos bezerros. É uma água contaminada, contém alto índice de verminose, está uma água quente porque a quantidade é pouca, com essa temperatura esquenta. Não é legal para os animais e vai dar problema de sanidade nos animal. Ele vai adoecer e vai perder animal [os pecuaristas]", afirmou Nelson Fernandes, técnico agropecuário da EBDA.
Para tentar minimizar os efeitos da seca, a alimentação do gado da região foi modificada. A cana que é mais resistente ao sol está sendo triturada e misturada a outros componentes, como uréia e sulfato de amônia. "É o que está ajudando é a cana. Daqui a mais uns oito dias só vai ter a cana para dar, porque capim não tem mais", diz o agricultor José Domingos Soares.
De acordo com o técnico agropecuário Nelson Fernandes, a alteração na alimentação do gado compromete tanto na qualidade quanto na quantidade da produção. "Porque a vaca precisa de uma quantidade considerável de água, em torno de quatro litros, para produzir leite. Se ela não consegue beber essa quantidade de água, vai dimunir a produção de leite e ela também vai morrer por falta de água, emagrecer, porque sem água não consegue comer, porque a alimetação já está muito seca e ela não consegue comer o campim seco. A única solução que tem aqui é chover. Como não temos previsão de chuva, vai ter que tentar suportar essa condição", afirmou

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