Segundo
o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de
Janeiro, a Procuradoria do Trabalho da 1ª Região encontrou um cardápio
com irregularidades trabalhistas na Rede Globo do Rio de Janeiro: casos
de funcionários com expediente de mais de 19 horas e desrespeito ao
intervalo mínimo entre expedientes (11 horas) e não concessão do repouso
semanal remunerado. “Foi constatado excesso de jornada e que este
excesso é habitual, e não extraordinário”, explica a procuradora Carina
Bicalho, do Núcleo de Combate às Fraudes Trabalhistas.
Segundo
o Blog do Melo, o acordo firmado entre a empresa e o Ministério Público
(MP) no fim de 2011 trouxe como resultado que a Rede Globo vai ter que
contratar 150 jornalistas e radialistas para suas redações, além de
pagar uma multa de R$ 1 milhão de reais.
Em Nota, o Sindicato defende a importância do acordo e afirma que as irregularidades não se restringem à Rede Globo:
"Ao
conseguir que a TV Globo seja multada e obrigada a contratar 150
funcionários no prazo de um ano – até fevereiro do ano que vem – o
Ministério Público põe o dedo numa ferida. Profissionais, não apenas da
Globo, sofrem com as longas jornadas de trabalho, a falta de respeito às
folgas semanais e aos intervalos de 11 horas entre uma jornada e outra.
Sofrem sem que a população tome conhecimento.
Os
trabalhadores que têm a missão de informar jamais são notícia quando o
que está em pauta é o desrespeito às leis trabalhistas praticado pelas
empresas de comunicação. Por motivos óbvios, os empresários não permitem
que os seus próprios erros sejam noticiados. Esse tipo de censura é
cláusula pétrea na lei interna das redações.
A
multa de R$ 1 milhão aplicada à TV Globo é simbólica, mas serve de
alerta a todas as empresas que agem da mesma forma. E a justificativa
dos procuradores ao pedir a punição é contundente.
Os
jornalistas, pressionados por um mercado de trabalho limitado, não
devem sofrer calados. Com os devidos cuidados, precisam denunciar as
irregularidades e se unir, através do Sindicato da categoria, na luta
por melhores salários e condições de trabalho. Os veículos de
comunicação, que fazem tantas denúncias de ilegalidades, têm a obrigação
de cumprir a lei no que diz respeito ao seu público interno."
0 Comentários