O
Tribunal Federal da Suíça informou nesta quarta-feira (11) que tornará
público os documentos da Fifa que podem comprovar a existência de
corrupção na entidade, de acordo com informações divulgadas pelo site do
Uol.
A Justiça suíça investigou um caso de suborno que ocorreu na Fifa entre
as décadas de 1990 e 2000. Segundo a rede BBC, os brasileiros João
Havelange, presidente de honra da entidade máxima do futebol, e Ricardo
Teixeira, ex-presidente da CBF, seriam os condenados.
Até agora, os nomes dos dirigentes não foram revelados, pois os
documentos foram mantidos em sigilo devido a um acordo entre a Justiça e
os envolvidos no caso. Os condenados pagaram uma multa e devolveram
parte da propina e, com isso, garantiram que seus nomes não fossem
revelados.
Porém, a decisão do Tribunal Federal da Suíça derruba esse sigilo. “No
seu acórdão de 03 de julho de 2012, o Tribunal Federal conclui que
existe um interesse material na consulta da decisão de interromper o
processo penal. Ele confirma o papel de observadores dos meios com
respeito à atividade das autoridades e o interesse público de ser
informado das acusações de corrupção dentro da Fifa. Para este
propósito, os nomes das pessoas em causa e circunstâncias pessoais e
financeiras tomadas em consideração pelas autoridades devem também ser
divulgadas aos jornalistas”, informou em nota o Tribunal Federal da
Suíça.
Em 2010, um tribunal do Cantão de Zug, na Suíça, investigou o caso e
concluiu, em 2010, que "dois membros estrangeiros'' da Fifa haviam de
fato recebido subornos da ISL durante os anos 1990. O nome dos dois
cartolas não foram revelados, pois houve um acordo entre a Justiça local
e os envolvidos, previsto na legislação suíça.
Segundo o UOL Esporte apurou, parte dessas comissões milionárias foram
recebidas pelos brasileiros entre 1989 e 1998, ano em que Havelange se
afastou da presidência da Federação, depois de cumprir mandatos seguidos
desde 1974.
O dinheiro - aproximadamente US$ 40 milhões - foi repassado à Sanud,
empresa investigada na CPI do Futebol em 2001 (e que tem o irmão de
Teixeira, Guilherme, como procurador, no Brasil), ao fundo Renford
Investiments, e à empresa Garantie JH. Os pagamentos correspondiam a
propinas na venda de direitos de transmissão dos jogos das Copas do
Mundo, “para um país da América do Sul”.
Em março de 2012, Ricardo Teixeira renunciou a seu cargo executivo na
Fifa e deixou a presidência da CBF. Já João Havelange renunciou a cargo
vitalício no Comitê Olímpico Internacional, em meio a investigação por
corrupção.
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