A greve dos professores da rede estadual de ensino da Bahia, que
completou 87 dias, foi declarada como ilegal pelo Tribunal de Justiça do
Estado (TJ-BA), segundo comunicado divulgado na tarde desta
segunda-feira, 6.
Por decisão da desembargadora Dayse Lago Coelho, favorável à ação
civil pública aberta pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), o TJ-BA
determinou a imediata suspensão do movimento deflagrado pelo Sindicato
dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
O
tribunal ordenou que a categoria se abstenha de deliberar nova
paralisação, devendo o sindicato promover o retorno das atividades dos
professores e demais servidores da área de educação pública do Estado.
Do contrário, a APLB terá de pagar multa diária no valor de R$ 10 mil.
De
acordo com a desembargadora, o movimento grevista não assegurou a
manutenção de serviços essenciais, além do grande prejuízo causado pela
paralisação do serviço público de educação.
Ainda segundo Dayse Lago, o movimento grevista é um direito
fundamental, no entanto, a sua manutenção de forma abusiva e ilegal
anula outros direitos fundamentais já apontados, de modo que deixa de
atender ao objetivo da Constituição Federal e viola os critérios de
resolução de conflito entre tais preceitos.
Impasse - Apesar da decisão do TJ-BA, o sindicato
manterá a paralisação, conforme informou o presidente do órgão, Rui
Oliveira. “A greve continua. Não houve nenhum julgamento por parte do
Tribunal de Justiça. Essa liminar foi feita por uma desembargadora,
assim como qualquer pessoa pode fazer. E, assim como derrubamos a
liminar concedida pelo juiz [Ricardo D’ Ávila, da 5ª Vara da Fazenda
Pública de Salvado ] em abril, vamos derrubar essa também”, afirmou o
presidente.
A liminar que declarava a greve dos professores como
ilegal, a que o presidente do sindicato se refere, concedida no último
dia 13 de abril, pelo juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador,
Ricardo D’ Ávila, foi derrubada pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ricardo Lewandowsk, no último dia 28 de junho.
Na próxima terça-feira, 10, os professores se reúnem mais uma vez em assembleia para discutir os rumos do movimento.
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