Tráfico no Alemão "lavou" R$ 62 milhões em um ano


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Retalhos de papel com manuscritos de Beira-Mar desencadearam a investigação
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Em um ano, a quadrilha do complexo do Alemão, comandada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, lavou R$ 62 milhões. Até as 12h15, dos 20 mandados de prisão, 16 foram cumpridos. Oito criminosos já estavam presos e outros oitos foram detidos nesta quinta-feira (1º), sendo um no Rio de Janeiro e os demais nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul. O Alemão foi ocupado em novembro de 2010 pelas Forças de Pacificação.
Além dos mandados de prisão, foram expedidos 24 de busca e apreensão. Cerca de 200 agentes da Polícia Civil do Rio, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais participam da operação.
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A investigação foi desencadeada a partir da análise de 14 retalhos de papel com manuscritos do traficante Fernandinho Beira-Mar, apreendidos durante a ocupação. Os agentes descobriram como funcionava o esquema para obtenção de grande parte das armas e drogas no Alemão, além de como era realizada a lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, cerca de 10 t de maconha, das 40 t apreendidas durante a operação de ocupação, chegaram ao complexo do Alemão por meio do esquema montado pelo traficante.
De acordo com o coordenador do NUCC – LD (Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), delegado Flávio Porto, a análise do material identificou também a existência de uma espécie de terceiro setor, integrado por pessoas físicas e jurídicas, sediadas em Foz do Iguaçu, Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte, que tinham como função dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

O capital era depositado em suas contas por pessoas que se associaram ao grupo criminoso, exercendo o papel de agentes depositantes, geralmente, moradores da localidade que levavam o dinheiro às agências bancárias quantias expressivas. Ao perceber essa movimentação, o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em parceria com a Polícia Civil, possibilitou o bloqueio dos saldos das contas bancárias envolvidas no esquema. A partir dessa ação, será possível atingir o patrimônio dos bandidos, construído com dinheiro ilícito.
As investigações foram desencadeadas pelo NUCC – LD, com apoio da DCOD (Delegacia de Combate às Drogas), da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e da Cinpol (Coordenadoria de Inteligência e Informação Policial).
As pessoas envolvidas no esquema responderão por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.R7

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