Três homens, entre eles um carteiro, foram
denunciados por peculato (apropriação, por meio de cargo, de valores ou
bens de terceiros) e violação de sigilo poscal, segundo denúncia da
Divisão de Combate à Corrupção (Diccor), do Ministério Público Federal
na Bahia (MPF). Dois dos suspeitos responderão ainda por estelionato.
Segundo a denúncia, o carteiro desviaba valores e
objetos postais dos Correios para repassar aos dois comparsas, que
conseguiam desbloquear cartões de crédito e de débito de vítimas para
dar golpes. A investigação que culminou na denúncia contra o trio foi
feita pela Polícia Federal, que chegou a usar escutas telefônicas. O
carteiro agia a partir do Centro de Distribuição Domiciliar Sumaré dos
Correios, localizado na avenida Tancredo Neves.
Policiais encontraram cartões, dinheiro, um notebook, correspondências e uma moto
O carteiro roubava as correspondências com cartões
de crédito e débito e repassava aos cúmplices. Os dois violavam as
correspondências e depois conseguiam os telefones dos titulares dos
cartões para ligar para as vítimas se passando por representes dos
bancos. Assim, conseguiam as senhas bancárias dos clientes e
desbloqueavam os cartões. A partir daí, de posse dos dados, faziam
transferências e saques.
A PF aponta que de maio a agosto deste ano aconteceram ao menos 25 casos de peculato e 21 de violação de sigilo postal. Os três suspeitos foram presos em flagrante no dia 10 de agosto,
quando o carteiro entregava aos comparsas mais um cartão roubado. Dois
continuam presos preventivamente e o carteiro conseguiu liberdade
através de decisão judicial, mas o MPF já recorreu.
O MPF pede a condenação dos três por peculato e
violação de sigilo postal e dos dois comparsas do carteiro por
estelionato. Também haverá uma ação de improbidade administrativa contra
os envolvidos, que podem ser multados e terem os direitos políticos
suspensos.
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