Debate entre candidatos marcado por promessas e críticas



Apesar de o debate entre os prefeituráveis de Salvador, nesta sexta, 31, na Associação do Ministério Público da Bahia (Ampeb), ter mantido quase a mesma temperatura morna dos últimos confrontos promovidos na tevê, surgem os primeiros sinais de que, com o andamento da campanha, o clima pode esquentar. No evento desta sexta, o petista Nelson Pelegrino ensaiou críticas mais contundentes ao grupo político do democrata ACM Neto, que retribuiu atribuindo ao governo Wagner a co-responsabilidade nos problemas enfrentados hoje em Salvador. Os candidatos Mário Kertész (PMDB) e Márcio Marinho (PRB) elegeram o prefeito João Henrique (PP) como alvo para os ataques.
Já ao responder à primeira pergunta da Ampeb, sobre a forma como o próximo prefeito se relacionará com o Ministério Público, Kertész criticou a postura de João Henrique  diante dos órgãos fiscalizadores e ambientais.
Críticas - "A pouca ação do atual prefeito tem exigido muito do MP", disse. Kertész  acusou a atual administração de ter  criado problemas que dificultam o cotidiano dos moradores de Salvador. "Ainda não temos a dimensão dos malefícios que esse prefeito nos causou", disse.
Marinho não fez por menos e destacou, em várias oportunidades, o que considera como falta de liderança do prefeito, a quem atribuiu responsabilidade pela  baixa arrecadação do município e descaso com a cultura.
"A prefeitura não tem pulso para cobrar de quem deve e já deixou prescrever R$ 900 milhões da dívida ativa, que está acumulada em R$ 9 bilhões", acusou. Entre as  propostas dos candidatos para aumentar a arrecadação,  estão a modernização da Secretaria da Fazenda, o censo da Dívida Ativa e o projeto de "corrupção zero" (ACM Neto); a revisão dos custos da prefeitura e reforma tributária (Pelegrino) e o pacto fundiário proposto por Da Luz..  Hamilton Assis manteve um discurso diferenciado. "A cidade teria dinheiro se empresários pagassem. A prefeitura renunciou R$ 1,5 bilhão em incentivos fiscais ao abrir mão da outorga onerosa para a especulação imobiliária. A dívida ativa saltou de R$ 3 bilhões para R$ 9 bilhões", disse o candidato do PSOL.
Wagner - A Lei de Ordenamento e Uso do Solo (Louos), suspensa pelo Ministério Público, e o atendimento a crianças e adolescentes também geraram perguntas. Os prefeituráveis encerraram dividindo o tempo entre críticas aos adversários e pedidos de voto. Neto creditou também ao governo Wagner a violência em Salvador, a degradação do Pelourinho, a não-conclusão das obras do metrô e o não- aproveitamento de recursos aprovados em Brasília.
Kertész  destacou a  necessidade de cobrar dos governos estadual e federal. "É preciso alguém que sente com Dilma ou Wagner em pé de igualdade", disse. Pelegrino criticou o DEM, que, afirmou, "passou a motoserra no Código Florestal", reproduzindo o discurso unânime de rediscussão da Louos e do PDDU. Da Luz (PRTB), propôs que os candidatos retomassem os mandatos em Brasília, chamou Assis de "pensador" e se colocou como única alternativa. Assis disse que "o destino da cidade será decidido pela sociedade, em consultas públicas. É choque de democracia", proclamou

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