Segundo a mãe da garota, Fabiana Alves Prachedes, o assassino da filha ficou preso durante um ano no presídio Lemos de Brito, mas foi solto em novembro de 2011 e cumpre pena em liberdade. “Quero justiça, não é justo que um homem que matou uma menina de 10 anos fique em liberdade”.
Entenda o caso
Wallace Lopes dos Santos, de 32 anos, era namorado da prima da vítima e teria empurrado Andressa Prachedes Araújo diante do ônibus depois de brigar com a companheira, a dona de casa Valdilene Santos Menezes, 31, com quem convivia há seis anos e tinha brigas frequentes.
Wallace saiu correndo da casa onde moravam, na rua Campo Pitanga, em Periperi, e cometeu o crime. Antes, ele ainda chegou a agredir a esposa, atirando nela uma panela com um líquido quente, e esmurrou o enteado de 12 anos, Renan Menezes dos Santos.
Parentes contaram ainda que, por conta das brigas entre o casal, os filhos de Valdilene moravam com a avó, em Águas Claras, e só visitavam a mãe nos finais de semana. “Ele jogou mingau quente no rosto de minha mãe e ainda pegou no meu braço”, detalhou a filha de Valdilene, que tem 9 anos.
A versão contada pela garota foi confirmada pela mãe de Andressa, Fabiana Alves Prachedes, que no momento do crime, tinha atravessado a avenida para chamar um primo para separar a briga do casal. “Foi tudo muito rápido. Quando eu vi ele estava com a mão no cabelo de minha filha”, reforçou. Após ver a filha atropelada, Fabiana precisou ser atendida no Hospital João Batista Carybé, em Paripe.
Andressa, a mãe e um irmão tinham ido para a casa dos parentes passar o final de semana. Eles retornavam da Praça da Revolução, em Periperi, quando a discussão teve início. De acordo com familiares, Wallace não queria levar as crianças para a praça e discutiu com a companheira.
Wallace foi detido no mesmo dia, depois do depoimento da sua companheira Valdilene. Em depoimento, Wallace disse que bebeu durante todo o domingo e não lembrava de ter empurrado a garota para a frente do ônibus, acreditando ter somente “batido” na menina.
Segundo testemunhas, o acusado pegou a menina pelos cabelos e a jogou diante de um ônibus na avenida Suburbuna. Os dois viviam na mesma casa no bairro de Coutos. A prisão foi decretada pelo juiz Ernani Garcia Rosa, da 2ª Vara Crime do Júri.
A filha de Valdilene, L. M. S, de apenas 9 anos, relembrou para polícia, com detalhes o momento em que a prima, Andressa Praxedes Araújo, 10 anos, morreu depois de ter sido atropelada por um ônibus. “Apesar da pouca idade e muito abalada, a menina contou que viu quando o padrasto puxou Andressa pelos cabelos e a atirou na avenida Suburbana. Um ônibus, ainda não identificado, atropelou a garota, que morreu no local”, contou o delegado titular da 5ª Delegacia, em Periperi, que investiga o caso, Antônio Carlos Santos.
“Ele veio correndo, puxou minha prima pelo cabelo e jogou debaixo do ônibus. Como ele não conseguiu fazer com minha mãe, ele descontou nela. O corpo dela estava feio, com os ossos tudo quebrado. Ele viu que o ônibus estava vindo”, afirmou a menina, referindo-se ao padrasto, o pintor Wallace Lopes dos Santos, 32 anos.
Wallace é também conhecido como Rai e foi preso em flagrante por policiais militares na madrugada do dia 14 de novembro de 2010.
Vingança
Ao ser ouvida na 5ª Delegacia, Valdilene acusou o companheiro de ter praticado o ato como forma de vingança. Ela confessou também que durante a briga pegou uma faca para se defender. Wallace foi apresentado durante a manhã de ontem e afirmou que não se lembrava de ter puxado a menina pelos cabelos. Mas admitiu que já tinha agredido a esposa outras vezes e que “o problema era a bebida”.
O delegado titular da 5ª Delegacia, em Periperi, que investiga o caso, Antônio Carlos Santos, disse que Wallace é usuário de drogas e já teve passagem pela polícia em 2008, depois que incendiou um veículo próprio.
“Houve uma briga do casal e, ingerindo bebidas alcoólicas, eles foram às vias de fato. Ele realmente agrediu a criança e puxou pelos cabelos. A menina caiu na rua sentada e foi atropelada. O próximo passo vai ser identificar outras pessoas que viram o crime. Foram ouvidas apenas a companheira e um primo. Falta identificar o ônibus que atropelou e o motorista que após ter atropelado a menina, o motorista do ônibus fugiu e não prestou socorro à vítima”, resumiu o delegado.
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