Com inquérito quase concluído, polícia vai ouvir mãe de menino cortado por trator


Mãe e avó
Polícia aguarda família se recuperar do trauma para colher depoimento da mãe
 
O próximo passo nas investigações sobre a morte de Carlos Eduardo Souza Costa, cortado por um trator em terreno de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), será a tomada de depoimento da mãe da criança. Segundo, o delegado Marcos Henrique de Oliveira, da Delegacia da Posse (58ª DP), o inquérito está quase concluído.
— Estamos esperando que a família se recupere do trauma para que possamos ouvir a mãe da criança e demais familiares.
Aline Souza da Costa, de 28 anos, deve ser ouvida na próxima semana. A polícia deve indiciar o condutor da máquina por homicídio culposo (sem intenção de matar). A mãe do menino pede a punição dos responsáveis pela morte de Cadu, como ele era conhecido.
— Essa máquina não tinha condições de estar ali. Era um barranco. A gente não quer acusar ninguém até ter certeza de quem era o responsável pela obra, mas quero que os responsáveis sejam punidos.
A polícia fez perícia na máquina e no local do acidente, ocorrido na segunda-feira passada (1º). Segundo o delegado, os peritos testaram freios e vistoriaram o equipamento. A Polícia Civil disse que a previsão é de que o resultado do laudo fique pronto entre 15 e 30 dias.
— Pedi urgência no resultado. O inquérito está parcialmente concluído. Estamos apenas aguardando o laudo que irá confirmar ou desmentir a versão dos fatos.
Na quinta-feira (4), a polícia ouviu o dono da máquina que matou o menino após supostamente perder o freio no bairro da Viga. De acordo com Marcos Henrique, ele negou que o equipamento houvesse apresentado defeito antes e que tivesse sido notificado de qualquer problema. Ainda segundo o delegado, o proprietário afirmou que a máquina havia sido emprestada.
— Ele afirmou que a máquina estava emprestada há 25 dias. E que ninguém havia relatado qualquer problema. Até mesmo segundo ele, em caso de defeito, ele [o dono] seria o responsável pela manutenção.
Um comerciante que mora há 20 anos no bairro negou que o trabalho que era realizado na rua fosse uma obra. Segundo ele, se tratava de uma limpeza do terreno.

— No depoimento, ele contou que a ideia era limpar a rua que, tomada pelo mato, estava se tornando local de uso de drogas. Ele tem casas de sua propriedade por lá e temia a desvalorização dos imóveis.
Irmãos de Carlos não sabem da morte do menino
A mãe de Carlos ainda não sabe como contar aos irmãos da criança, que moram em Belford Roxo, também na baixada, sobre a tragédia.

— A minha filha está transtornada. Ela sabe que o irmão sofreu um acidente, mas eu ainda não contei para eles da morte. Ela ouviu na hora que o rapaz chegou falando que ele tinha sido atropelado. Os dois estavam comigo. Eu saí correndo e deixei a minha cunhada com os meus filhos.

As crianças estão sob os cuidados de parentes na casa de Aline, em Belford Roxo. No entanto, a mãe de Cadu, como a criança era conhecida, preferiu ficar um tempo na casa da mãe e não sabe como falar com as crianças sobre o assunto.

— Não sei o que dizer para os meus filhos. Os três eram muito unidos. O Carlos Eduardo era o mais velho. O Carlos Eduardo protegia os irmãos mais novos. E agora? Como é que eu digo para os meus filhos que ele não vai voltar.R7

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