O
publicitário Marcos Valério Fernandes, apontado como o operador do
maior esquema de corrupção da história, o mensalão, e condenado a 40
anos de prisão no julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), é
capa da revista Veja desta semana, depois de novamente ameaçar contar o
que sabe. À revista, ele não dá muitos detalhes mas se mostrou disposto
a contar tudo que sabe sobre o caso à Justiça.
De acordo com a reportagem, o empresário sempre se comportou como um
arquivo vivo, principalmente quando enfrentava dificuldades
financeiras. Era nesse momento que ele ameaçava revelar os segredos que
guardou do período em que era um dos homens mais influentes do governo
Lula. Na época, saber que guardava muitos segredos parecia
tranqüilizá-lo, mas agora o empresário diz temer pela própria vida.
“O empresário conta, ainda, que pelo caixa do mensalão passaram 350
milhões de reais, muito mais do que o valor rastreado até agora pelos
investigadores, e que figurões do PT ligados ao ex-presidente Lula se
revezavam na missão de mantê-lo em silêncio com a promessa de
impunidade”, diz trecho da reportagem.
Segundo a revista, Marcos Valério, que se ofereceu para um acordo de
declaração premiada, revelou que Lula e o atual secretário-geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, foram extorquidos por um empresário que
ameaçava relacionar os dois com a morte, em 2002, do então prefeito da
cidade paulista de Santo André, Celso Daniel.
Além disso, segundo a reportagem, Marcos Valério também tem o que
revelar sobre outro rumoroso escândalo do governo passado — os
aloprados. “Em setembro de 2006, militantes petistas foram presos em um
hotel de São Paulo com 1,7 milhão de reais. O dinheiro seria usado para
comprar um falso dossiê contra adversários políticos do partido.
Valério garante que sabe o nome do empresário que arrumou o dinheiro —
um mistério que até hoje a polícia não conseguiu desvendar”, revela
trecho da matéria.
Na semana passada, a Veja divulgou que o Supremo Tribunal Federal (STF)
recebeu um faz assinado pelo advogado de Valério,informando que o
empresário estava com a vida em risco e mencionando a lei da delação
premiada. A revista afirma que o presidente do Tribunal, Ayres Britto,
enviou um ofício ao relator do processo mensalão, ministro Joaquim
Barbosa, e os dois suspeitaram que poderia se tratar de uma artimanha do
publicitário para atrapalhar o julgamento. O documento está protegido
por sigilo judicial. O julgamento do mensalão recomeça nesta semana,
com a definição das penas dos 25 réus condenados.
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