Com a venda da droga, trazida para a Bahia dentro de veículos transportados por caminhões modelo cegonha, a quadrilha arrecadaria um total de R$ 480 mil, conforme calculou “Elinho”. A cocaína seria revendida no atacado e no varejo em pontos de tráfico na Lajinha e adjacências. As investigações em torno da quadrilha relevaram que o líder do tráfico ostentava um elevado padrão de vida, e se dizia proprietário de frota de táxi.
No estacionamento do imóvel onde “Elinho” reside com a companheira Jacira Jandira de Santiago Santos, 32, foram apreendidos um veículo Vectra, de cor prata, placa DUT-5158, uma motocicleta Honda modelo Honet 500, placa JPW-6528, três táxis modelo Corsa e um táxi modelo Cobalt. A polícia apurou que taxistas eram contratados por Elio de Jesus para transportar integrantes do bando pela cidade, sem saberem que aqueles clientes tinham envolvimento com o crime.
Na residência de um comparsa de “Elinho”, identificado como Adilson Almeida da Rocha, de 36 anos, situada no bairro Jardim Cruzeiro, os policiais encontraram R$ 73 mil e uma pistola 380 com um carregador e 18 munições intactas. Quatro mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Privativa de Tóxicos, foram cumpridos pela equipe do Denarc esta semana. Além do Vale dos Rios e do Jardim Cruzeiro, os policiais estiveram na casa da mãe de Elio, no Bairro de Roma, mas nenhum ilícito ali foi encontrado.
USO DE CEGONHEIRAS
Anderson Eduardo Cruz dos Santos, o “Furão”, de 33 anos, braço direito do líder do tráfico, foi preso em casa, na Rua Eduardo Campos, na Boca do Rio. O delegado-geral Hélio Jorge Paixão e o diretor do Denac, delegado Jorge Figueiredo, apresentaram Elio, Jacira, Adilson e Anderson à imprensa, às 11h, desta sexta-feira (23), no auditório do prédio-sede da Polícia Civil, na Piedade. Também foram mostrados os 33 tabletes de cocaína, os R$ 73 mil, bem como os quatro veículos e a motocicleta apreendidos durante a operação, que estavam no pátio.
O delegado-geral destacou a atuação do Denarc na desarticulação da quadrilha da Lajinha, cuja atividade criminosa vinha sendo monitorada nos últimos oito meses. “O Denarc tem combatido essas organizações criminosas, enfraquecendo, sobretudo, sua logística e as formas de manutenção financeira”, salientou Hélio Jorge. O esquema de aquisição e fornecimento de droga comandado foi detalhado pelo delegado Jorge Figueiredo durante a entrevista coletiva.
Em oito meses de investigação, inclusive com policiais infiltrados na Lajinha e outras comunidades, o Denarc descobriu que o grupo comprava a droga diretamente do fornecedor no estado de São Paulo. Veículos comercializados pelo bando naquele estado eram utilizados para ocultar o entorpecente. Os carros eram transportados através de caminhões “cegonheiras” para a Bahia.
FESTA NO MOTEL
“A cocaína vinda de São Paulo percorria várias rodovias sem chamar a atenção da fiscalização policial. Na Bahia, os veículos eram entregues aos clientes, entre os quais integrantes do bando aqui liderado por Elinho”, informou o diretor do Denarc. A droga retirada do interior dos carros era distribuída para comercialização na região da Engomadeira.
Com o dinheiro arrecadado com o tráfico de drogas, Elio de Jesus Matos ostentava uma vida de padrão elevado, chegando a contratar para sua festa de aniversário 20 garotas de programa para divertirem os convidados numa suíte de motel, alugada por ele. No dia seguinte à festa, proporcionou aos amigos, muitos deles comparsas do tráfico, um passeio de escuna pela Baía de Todos os Santos, na qual as garotas também fizeram presença. As investigações prosseguem, buscando identificar outros integrantes do bando, bem como a conexão paulista do tráfico.
Ascom - Polícia Civi
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