Os dados são da pesquisa Mapeamento dos espaços de religiões de matrizes africanas do Recôncavo e do baixo sul. Foram identificadas 536 comunidades (420 no Recôncavo e 116 no baixo sul). Este é o primeiro levantamento das comunidades da matriz africana nestas regiões.
Lançamento - A pesquisa, que será lançada em dois volumes, às 19 horas de hoje no Forte Santo Antônio, foi promovida pela Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) em parceria com a Secretaria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Seppir), órgão do governo federal que tem status de ministério.
"O objetivo deste levantamento é reunir informações para a formulação de políticas públicas que garantam sobrevida à manutenção dos espaços sagrados no interior do Estado", disse Elias Sampaio, titular da Sepromi.
Diversidade - Segundo Sampaio, o levantamento é também importante para combater o preconceito contra essas comunidades e ajudá-las a enfrentar problemas como a perda dos seus espaços originais para a realização dos cultos. "A Sepromi já está elaborando um plano de sustentabilidade voltado para povos e comunidades tradicionais, categoria que inclui os terreiros. O objetivo é ajudá-los na manutenção das suas áreas", completa o secretário.
A pesquisa foi coordenada pelo doutor em antropologia Jocélio Teles dos Santos e pela doutora em sociologia Paula Cristina Barreto. Para Santos, a pesquisa ajuda a dar maior visibilidade às comunidades, além de elevar a autoestima de suas lideranças.
"É um trabalho deveras importante, já que ressoa pelo País e coloca em evidência a diversidade existente para além da capital", avalia Santos, que também coordenou a pesquisa intitulada Mapeamento dos Terreiros de Salvador, lançada em 2008 e que catalogou 1.162 comunidades na capital baiana.
Além de indicar a quantidade de terreiros nas regiões pesquisadas, o estudo traz dados sobre o gênero das lideranças. A predominância é de mulheres no baixo sul (61%) e no Recôncavo (55%). A escolaridade predominante nas duas regiões é ensino fundamental incompleto: 63,8% no baixo sul e 53,8%, no Recôncavo. No baixo sul, não foi localizada nenhuma liderança com superior completo, e, no Recôncavo, houve um percentual de 2,4% nesta categoria.
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