Uma
família de Eunápolis luta para que uma sentença seja revista pela
Justiça. A família alega que um jovem condenado a 20 anos de prisão por
assalto seguido de morte não cometeu o crime e foi confundido com o
irmão, assassinado no dia 1°de junho no bairro Juca Rosa.
Quando o caso ocorreu, o filho mais velho do mecânico José Carlos tinha
19 anos e o mais novo 15, ambos muito parecidos fisicamente, segundo o
pai dos jovens, que comprova com fotos.
O comportamento, no entanto, era bem distinto, contou o mecânico.
Segundo ele, o filho mais novo era usuário de drogas, tinha passagem na
polícia por furto, porte ilegal de armas e associação ao tráfico de
drogas.
“[O mais novo] chegava lá em casa drogado, roubava, fazia muitas coisas
erradas. O Gabriel [o mais velho] trabalhou comigo desde criança, um
menino bom, sem problema nenhum, isso corta meu coração, falar sobre
eles", disse emocionado José Carlos Silva, pai dos dois jovens.
Dias antes do assassinato do filho, o irmão mais velho foi preso por
suspeita de ter matado uma telefonista de 18 anos durante assalto na
Avenida Paulino Mendes, centro da cidade. Ele foi julgado em setembro
deste ano e condenado a 20 anos e 10 dias de prisão.
O juiz disse que tomou a decisão baseado no depoimento das testemunhas.
Três reconheceram o rapaz, o que contribuiu para a condenação dele como o
autor dos tiros que mataram a telefonista. "Foram quatro vítimas de um
roubo seguido de morte. Uma dessas vítimas foi a óbito e as três
sobreviventes, com muita segurança, reconheceram o acusado que foi
condenado", disse o juiz Otaviano Sobrinho.
A família do jovem preso acredita que ele foi confundido com o irmão
mais novo, por causa da semelhança, e recorreu da decisão no Tribunal de
Justiça da Bahia (TJ-BA) com uma apelação. Três desembargadores poderão
rever o caso.
O jovem preso chegou a escrever uma carta para o juiz que deu a
sentença, dizendo que é inocente e que está pagando por um crime que não
cometeu. Enquanto o caso não é revisto, a mulher dele cria a filha de
um ano e quatro meses sem o apoio do pai.
“Para mim, foi muito difícil e ainda está sendo. Eu sou a prova viva de
que ele estava em casa. Somos evangélicos, não há necessidade de nós
estarmos mentindo”, disse Talita Brito Silva, mulher do jovem preso
0 Comentários