Em sua cabeça, volta à época em que era menino em Caçador (SC), onde nasceu.
O garoto entra em casa e encontra a mãe, faxineira, chorando e estranha: "Ué, não é dia de salário [mínimo]?". Havia poucos momentos, fazendo as contas, ela descobrira que o dinheiro que recebera era suficiente só para pagar a carne que comprara fiado no mês anterior.
Jason Redmond - 12.nov.11/Associated Press |
Cigano luta com Cain Velasquez em novembro do ano passado |
Ao sair para trabalhar, diminuía o ritmo quando passava em frente a uma padaria. E namorava os doces.
Vendeu empadinhas e geladinhos na rua e foi feirante. No seu primeiro dia na banca em que vendia bananas, o dono o orientou sobre o que fazer e saiu para ver outra barraca. Quando retornou, deparou-se com uma pilha enorme de cascas.
"Foi só naquela hora que dei por mim sobre a quantidade de banana que acabei comendo. Eu achei que meu trabalho ia ser a troco de banana", rememora Cigano.
O patrão, porém, perdoou o garoto, que mais tarde virou ajudante de pedreiro.
Frequentemente trabalhava sob a geada matinal.
De tanto frio, os galões de 200 litros que Junior enchia de água no dia anterior para preparar a massa para utilizar nas construções amanheciam cobertos por gelo.
"Eu colocava as mãos dentro do galão para me reconfortar. É estranho, mas a água dentro ficava mais quente do que a temperatura de fora".
Outro emprego foi num restaurante, onde lavava louça. Forte, quebrava asas de xícaras ao tentar limpá-las. E rezava para não ter o valor descontado do salário.
Foi então que começou a virada em sua vida. E é nisso que ele pensa para se motivar. "O treino é muito pesado. Eu sento comigo mesmo e penso nisso [caminho até o UFC]. Minha motivação é manter o bom momento que estou vivendo. Estou feliz".
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