Entre a noite da última quarta-feira (30) até as 7h desta terça-feira, 23 ônibus foram incendiados. Também foram atacadas quatro instalações da Polícia Militar, três da Polícia Civil e um presídio.
Dos três feridos, uma foi uma passageira que se queimou por não sair a tempo de um ônibus que foi incendiado. Outro ferido foi um suspeito de ter colocado fogo em um coletivo. O jovem, de 19 anos, teve queimadura nas pernas, segundo a PM. O último ferido foi o garupa da moto que caiu quando o comparsa foi baleado pela Polícia Militar. O motociclista foi morto ao tentar atirar em um policial que estava de folga.
Essa é a segunda onda de ataques no Estado. A anterior aconteceu em novembro no ano passado.
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Última noite
Em Tubarão, um homem de capuz tentou incendiar um micro-ônibus estacionado na rua Antônio Delfino Júnior, no bairro Oficinas, por volta das 22h45. Segundo a Polícia Militar, o suspeito estava com uma garrafa plástica de 2l com combustível. Ele jogou o jogou o combustível no lado de fora do coletivo, botou fogo e fugiu. O proprietário do ônibus viu a ação e conseguiu conter o fogo com um extintor. Somente a pintura ficou danificada.
Outros três ônibus foram incendiados, por volta das 2h da madrugada desta terça-feira, na garagem da Prefeitura Municipal de Ilhota, também em Tubarão. Um coletivo ficou completamente destruído. A polícia encontrou garrafas PET no fundo de um dos ônibus. Ninguém foi preso.
Mais um ônibus foi incendiado em Chapecó, por volta das 5h. Quatro homens armados, aparentemente adolescentes, renderam o motorista que foi obrigado a descer do veículo. Eles atearam fogo ao coletivo e fugiram em um carro.
Cerca de meia hora depois, um caminhão foi incendiado em Joinville. O crime foi na rua Áustria, no bairro Santa Catarina.
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Tortura de presos
As cenas de um vídeo mostrando atitudes de tortura contra um grupo de aproximadamente 70 presos na cadeia de Joinville, gravado no dia 18 de janeiro, podem estar relacionadas diretamente à onda de ataques criminosos em Santa Catarina. Uma das 56 câmeras capturou uma operação pente-fino com a participação de 14 agentes do Deap (Departamento de Administração Prisional) em que dezenas de presidiários foram submetidos à tortura.
Um a um, no pavilhão 4 do presídio de Joinville, os presos foram conduzidos nus para um canto do cômodo. Ajoelhados, com as mãos à cabeça e sem reagir, alguns foram atingidos nas costas por disparos à queima roupa por armas não letais (balas de borracha), atingidos com bombas de efeito moral, gás de pimenta e ainda foram agredidos por voadoras dos agentes. Durante a "operação tática", detentos foram arrastados da área de banho de sol aparentemente lesionados ou debilitados fisicamente pela ação química dos dispositivos usados.
O Deap prometeu apuração rigorosa do caso. Nesta terça-feira (5) serão ouvidos todos os agentes que participaram da ação. Os responsáveis serão afastados por 60 dias e um procedimento administrativo será instaurado. O grupo deverá responder a um inquérito policial e a uma futura ação penal. O juiz corregedor João Marcos Buch já deu início à apuração dos abusos.R7
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