Os indiciados integram as duas guarnições da PM, que, em 4 de dezembro do ano passado, estiveram no Condomínio Vila Sul e atiraram num grupo de garotos, que retornava de uma lagoa próxima. A Polícia Militar informou que um processo administrativo foi instaurado pela Corregedoria e que já se encontra em fase de conclusão.
O laudo de reconstituição do Departamento de Polícia Técnica (DPT), anexado ao inquérito na quarta-feira (8), revela que os únicos tiros disparados durante o episódio, num matagal próximo ao condomínio, partiram dos policiais militares. Os soldados Pablo Mendes Almeida Borba, Josias Nascimento Libarino e Kleber Jackson Rodrigues, indiciados por homicídio e ocultação de cadáver, admitiram no interrogatório, terem atirado contra um grupo que eles acreditaram ser de traficantes.
Os soldados PM Mateus Queiroz de Oliveira, Warley Lopes Santos e Agenaldo Gama Silveira Júnior constam como indiciados por ocultação de cadáver. Com mais de 300 páginas, o inquérito inclui oitivas de mais de 20 testemunhas e de todos os policiais presentes na diligência na área do condomínio, além de vários laudos periciais. Todas as oitivas foram acompanhadas pelo Ministério Público.
ISOLAMENTO
Ao serem interrogados, os seis policiais militares informaram que, no dia 4 de dezembro, dirigiram-se até a área do condomínio, próximo ao Anel Rodoviário, para atender uma denúncia de agressão a um adolescente, atacado por traficantes. Ali, viram um grupo caminhando e, por suspeitarem tratar-se de criminosos, dispararam as armas. Os quatro garotos correram por um matagal, mas, ao alcançarem o condomínio residencial, três deles deram falta de Maicon.
Segundo o delegado Neuberto Costa, os acompanhantes de Maicon informaram aos policiais que o amigo não havia retornado e, imediatamente, foram impedidos pelos soldados de voltarem ao matagal para procurarem o menino. A proibição se estendeu aos moradores da região, que só tiveram acesso ao local, uma hora depois, mediante a liberação de um oficial PM, que providenciou o envio de uma guarnição do Corpo de Bombeiros.
Maicon Batista Braga não foi mais visto, a partir do 4 de dezembro de 2012. “O laudo de reconstituição corroborou com as provas coletadas e reunidas no inquérito, no qual apontamos os responsáveis pelo sumiço do garoto, que serão processados criminalmente”, afirmou o delegado. Através de exame de DNA, o DPT comprovou ser de Maicon o sangue encontrado na área do condomínio Vila Sul.BOCAONEWS
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