Viviane Brunieri ficou conhecida mundialmente como Ronaldinha após ter tido um relacionamento com o craque
Ronaldo Nazário, o “Fenômeno”. Mas, agora, a loura é missionária
evangélica e usa sua experiência de vida como exemplo de superação.
Isso porque, para quem não sabe, Viviane já usou drogas e foi prostituta
no Japão, inclusive, se relacionando com membros da máfia japonesa
Yakuza. Seu relato foi dado em entrevista ao site G1, onde ela conta
como foi parar no mundo dos filmes adultos, na prostituição e drogas.
Confira:
(....) Viviane explica que foi nessa época que teve sua primeira
experiência com a prostituição, aos 16 anos. "Quando eu digo prostituta,
algumas pessoas se escandalizam, mas não tem outra palavra. Alguns
falam acompanhante, garçonete, mas recepcionista, que trabalha em
karaokê no Japão, não vive do salário, apesar de ser remunerada para
limpar as mesas, servir e conversar com os clientes. Quando uma mulher
se submete a trabalhar na noite, não é para ser garçonete. É já na
esperança de encontrar um cliente que vai bancar, realizar seus sonhos.
Eu nunca falei com detalhes, mas sinto que é hora de falar. Um cliente
me convidou para fazer um passeio em uma praia, em um iate que ele
tinha. Eu fui para essa viagem. O fetiche dele era tirar fotografias
minhas, mas não parou nas fotos. Nós não tivemos a relação em si, mas
teve sexo oral. E ali, para mim, foi muito forte, como se todos os
sonhos fossem roubados. Você dorme de um jeito e acorda de outro. Eu não
sou mais aquela menina. Ele me pagou 10 mil dólares", lembra.
Também foi nessa fase, dos 16 aos 18 anos, que Viviane conheceu as
drogas e fez o primeiro aborto. "Eu já bebia bastante para aguentar os
programas. Então conheci uma droga muito usada no Japão, a
metanfetamina, que inibe o apetite e acelera o metabolismo. Experimentei
todas as drogas, mas essa era a que mais usava. Em nenhum programa eu
estava de cara limpa, sempre drogada. Nessa época, fiz o meu primeiro
aborto, por conta do relacionamento com um integrante famoso da Yakuza.
Isso mexeu muito comigo. Depois, aos 18 anos, tive meu primeiro
relacionamento com uma mulher, uma filipina. Vivemos juntas por um ano",
diz.
Durante
uma viagem ao país natal da companheira, Viviane decidiu passar um mês
no Brasil. Foi quando conheceu Ronaldo. "Era muita droga. Eu queria dar
um tempo. Eu cheguei em fevereiro, na época do Carnaval, fui para
Peruíbe e depois para o Rio de Janeiro, tentar fazer um curso de teatro,
achando que poderia sair dessa vida. Fui com meu irmão mais velho e
fiquei em um flat na Barra. O Ronaldo estava nesse flat fazendo
fisioterapia. Na época ele jogava no PSV. Se eu visse o Ronaldo não
saberia quem ele era, não conhecia. Foi meu irmão, que também era
jogador, quem me disse e na hora eu pensei: dinheiro eu tenho, bonita eu
sou, mas preciso de fama. Lembrei de algumas famosas, que continuam na
mídia por terem namorado famosos, era o que eu precisava. Foi tudo
premeditado. Meu irmão disse que ele já estava de olho em mim, nos viu
na piscina, perguntou se a gente era namorado e nos convidou para ir em
um pagode. Em menos de um semana a gente já estava namorando. Isso foi
em 1996", lembra.
Viviane conta que o relacionamento com o craque foi rápido e durou
apenas 10 meses. "Eu fui morar com ele na Holanda. Nós estávamos bem, eu
estava renovando o meu passaporte para ir para a Olimpíada de Atlanta
com ele. Mas eu queria voltar para o Japão, precisava fechar a casa
noturna e resolver um monte de coisas, acabar aquela vida. Os
empresários dele começaram a pressionar, queriam saber como uma menina
tão nova tinha relógio rolex, apartamento duplex e carro importado. O
Ronaldo achava que eu era modelo, que o dinheiro vinha desse trabalho.
Um dia, bebendo, eu falei tudo para ele, da casa noturna, do
relacionamento com outra mulher, e foi aí o término", lembra.
Com o fim do relacionamento, Viviane foi para o Japão, finalizou tudo e
retornou para o Rio. Foi quando conheceu Nádia, também ex-namorada de
Ronaldo, e surgiu a ideia das Ronaldinhas. "A princípio, queríamos
montar um programa de futebol. Nós gravamos um piloto e levamos a vários
lugares, até que surgiu o convite para posarmos juntas na Playboy. O
nome Ronaldinhas foi ideia de um fotógrafo. Fomos capa em 13 países e
então veio a dupla musical, em 1998. Esse ano eu não precisei sair com
nenhum homem. Tive minha independência financeira com meu trabalho
artístico. Foi assim até o ano 2000, quando veio a morte do meu pai e me
vi sem chão", recorda.
Viviane conta que foi nesse momento que teve o primeiro contato com a religião evangélica. "Deus usou uma moça
para dizer tudo o que eu precisava ouvir. Comecei a caminhar com
Cristo, entendi a morte do meu pai e passei a renunciar algumas coisas.
Em 2002, fui trabalhar na Copa como repórter de uma emissora japonesa.
Reencontrei um ex-namorado e engravidei do meu primeiro filho, depois de
três abortos e um ovário retirado. Também voltei a encontrar o Ronaldo e
entrevistei ele. Isso gerou muita polêmica, acharam que eu poderia
estar grávida dele, mas não estava. Ele era casado com a Milene na
época, que é muito minha amiga, até hoje", conta.
Depois da Copa, Viviane voltou para o Brasil mas, em 2005, acabou
retornando para o país asiático, após deixar um trabalho. "Eu ainda
estava em processo de conversão, mas esbarrava na questão financeira.
Achava que dava para conciliar, mas aos poucos entendi que não. Pedi as
contas, fui para Peruíbe e depois levei meu filho para o Japão, para
conhecer os avós paternos. Eu achava que ia conseguir, que estava firme,
ia procurar uma igreja próxima, mas em menos de 24 horas eu já estava
bebendo e me drogando novamente. Foi muito rápido, me afundei de novo.
Conheci o pai da minha filha, que era DJ. Engravidei de gêmeas, mas só
uma menina nasceu", relata.
Desde então, a ex-Ronaldinha passou a usar as experiências pelas quais
passou para evangelizar e pregar em igrejas da Baixada Santista e de
todo o país. O dinheiro que ganhou foi investido em obras de caridade e
projetos ligados a jovens atletas. "Primeiro surgiu o Resgatando Vidas,
em Peruíbe, onde trabalhava na recuperação de moradores de rua, até
2011. Hoje tenho uma parceria com a Escola de Formação para o Futebol
Profissional (EFAF-PRO), que atua com atletas pré-adolescentes e
adolescentes. Fazemos peneiras por todo o Brasil, é um centro de
treinamento, minha parte é evangelizar, pregar e até batizar", descreve.
Por
ter namorado o Ronaldo, Viviane fala com os meninos com propriedade
sobre a tentação das chamadas marias-chuteiras. "Essas mulheres, como eu
fui, são usadas para enganar, engravidar. Eu passo isso para os
jogadores, falo que tudo tem um tempo, para eles não se anteciparem, não
irem para baladas, não beberem. Se eles se esforçarem para conhecer a
palavra de Deus, dificilmente serão enganados", explica.
Apesar de convertida, Viviane afirma que é constantemente tentada a
voltar à antiga vida. "A libertação é diária, sempre existe o temor de
uma recaída. Até 2011, eu ainda recebia propostas para gravar cenas que
não tinha feito. Fora empresários ligando para ir a festas. Uma coisa é
você recusar R$ 300 mil quando tem R$ 1 milhão na conta, outra é recusar
não tendo dinheiro para comprar o leite para a filha, como aconteceu
comigo. Mas eu resisti", conta.
Prestes a lançar um DVD onde contará sua história, hoje Viviane Brunieri
não tem medo da exposição e fala sobre tudo. "O meu filho sabe que eu
fui prostituta, que fiz filme pornô. Foi difícil a minha primeira
conversa, mas hoje ele entende. Sempre quis me tormar uma pessoa
pública, a exposição não me incomoda. Eu fiquei dois anos sem ver
televisão ou internet, um dia, em uma livraria evangélica, li os
comentários abaixo de uma pregação minha. Algumas pessoas me chamavam de
vagabunda. Fui mesmo, mas hoje sou uma nova criatura. Mas fiquei muito
chateada quando falaram dos meus filhos. Hoje, como missionária, não só
leio como respondo. Foi por Deus que eu consegui me livrar de todo o mal
que estava sobre minha vida. E através de mim, várias garotas de
programa têm se convertido. Também digo para os jovens que não se iludam
com o mundo da pornografia. Não vai abrir portas, só a do cemitério.
Sei que eu incomodo, mas o que tenho a dizer é que não posso me calar.
Ser cristão é muito mais do que frequentar uma igreja, vem de dentro
para fora. Eu vivi no meio de gente que tem milhões, mas nada traz essa
paz", conclui.
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