Um advogado ganhou uma ação na Justiça contra a Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) e foi indenizado em R$ 15 mil por ter pego
um trem lotado em São Paulo. Felippe Mendonça, de 35 anos, embarcou por
volta das 18h no dia 2 de fevereiro do ano passado na estação Pinheiros
da linha 9-esmeralda (Osasco-Grajaú), com destino à estação Granja
Julieta.
Segundo ele, o transporte lotou em uma determinada
estação e tumultos acabaram se formando nas portas dos vagões em
momentos de parada. Os funcionários da CPTM, ainda de acordo com o
advogado, não ajudavam a organizar o fluxo de passageiros.
"Eu
não conseguia sentar, mas a lotação ainda estava normal. Na estação
seguinte, o trem ficou lotado", disse em entrevista à Folha de São
Paulo. "Eles (funcionários) empurravam as pessoas, buscavam colocar mais
gente [no trem]", completou.
Felippe contou ainda desembarcou
antes de chegar ao seu destino. "Desci na estação Morumbi. Tirei fotos e
fiz vídeos. Voltei para casa a pé", revelou.
Um dia depois, o
advogado entrou com uma ação na Justiça, classificando o transporte como
"sub-humano e degradante". Contudo, não foi tão fácil assim levar a
bolada. Em julho de 2012, ele chegou a perder a causa em primeira
instância e recorreu. Na terça-feira, os desembargadores da 16ª Câmara
de Direito Privado decidiram, por unanimidade, que o rapaz tinha direito
à indenização.
"Não tenho carro e uso o transporte público. A minha intenção é que as pessoas lutem por seus direitos", declarou.
Por
outro lado, a CPTM afirmou, através de nota, que vai analisar "as
medidas judiciais cabíveis, no momento processual oportuno". Ainda de
acordo com a empresa, os agentes operacionais dão orientações aos
usuários e ajudam "no fechamento das portas nos horários de pico". Além
disso, obras de modernização e aquisição de novos trens estão previstos
para aumentar a oferta de lugares.
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