Por que José Antônio continua preso?


Servidor municipal José Antônio permanece preso
O jacobinense e servidor municipal José Antônio está preso desde o dia 16 de junho deste ano por ter disparado tiros contra familiares, num domingo junino no bairro da Serrinha, por não suportar mais o som alto provocado por um vizinho.
Realmente José Antônio errou ao ter disparado os tiros e tal ato não tem justificativa.
Mas contam a favor de José Antônio diversas atenuantes, dentre elas, o fato de ser um pai de família, trabalhador, ter residência fixa e função pública exercida há muitos anos.
José Antônio e sua esposa Dejanira Mendes têm sido vítimas, há muitos anos, da falta de respeito por parte daqueles que, anos a fio, ouvem música em alto volume, tirando, assim, o seu sagrado direito ao descanso após uma semana de trabalho árduo.
Ele agiu de forma precipitada, uma vez que as tantas queixas que fez, ao longo dos anos, contra o som alto, em decibéis abusivos, nunca foram atendidas de fato pelas chamadas autoridades competentes.
Assim,  num momento de fúria, atirou, sem matar ninguém, e vem pagando um preço alto por isso, já que continua preso há mais de três meses.
No Brasil é assim: enquanto há milhares de detentos presos por tentativa de homicídio ou por roubar uma simples galinha, há bandidos perigosos, estupradores, sequestradores e políticos corruptos soltos, livres e sob as benesses da lei.
Zé Antônio é assim tão perigoso para não ter direito a um habeas corpus?
A prisão de Zé Antônio significa que vale a pena desrespeitar as pessoas, com som em alto volume, com desrespeito ao sagrado direito a descanso.
Infelizmente essa é uma regra no Brasil: quem tem bom advogado, cá entre nós, tem direito à impunidade e a cometer crimes e mais crimes.
Enquanto Zé Antônio, por se ver atormentado por um som alto e insuportável durante o seu sagrado direito de descansar num dia de domingo, está preso.
Coisas do Brasil desde o ano de 1.500 - o que deixa claro que continuamos sendo um povo jeca, com os pés fincados no período imperial.
Se Zé Antônio fosse um figurão da política ou um grande empresário, nem molestado sequer seria pela polícia, o caso seria abafado e ninguém ousaria falar nada do seu "dotô".
Justiça neste País? Faça-me rir...
CORINO ALVARENGA

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