Criança morta após tiroteio em Bangu estava indo para escolinha de futebol



O menino morto após ser baleado na cabeça, na frente do Fórum de Bangu, nesta quinta-feira, estava indo para a Escolinha de Futsal Bangu Atlético Club, onde treinava todas as terças e quintas-feiras, no fim da tarde. Ele estava acompanhado da avó. Estava a poucos metros do clube. Kayo da Silva Costa, de 8 anos, era zagueiro e já tinha feito quatro gols nesta temporada no campeonato Rio Futsal Sub-9 (crianças até 9 anos de idade). Seu apelido era Cajuru.

No momento em que o garoto foi baleado, outros meninos estavam no clube. O tiroteio aconteceu porque bandidos tentavam libertar dois presos que participavam de audiências no fórum. Policiais militares tentaram impedir a ação. A secretária da escolinha, Ingrid Cristina da Silva Ávila disse que, ao escutar o primeiro tiro, concluiu que ele tinha sido desferido num local próximo. Na sequência de tiros, ela e os demais funcionários pegaram as crianças e as levaram para o banheiro e para a secretaria. Foi quando o irmão de um aluno chegou gritando que tinham baleado um garoto que treinava ali.

— Minha reação foi sair correndo atrás do aluno. Quando cheguei, vi a criança baleada e a avó dele que estava em estado de choque. Ela só repetia: “Olha o que fizeram com o meu neto; olha o que fizeram com o meu neto!” Tentei retirá-la de lá, mas de repente aconteceu uma correria de pessoas. Achei que estava ocorrendo novo tiroteio. Aí, eu me escondi numa loja — disse Ingrid.

O professor do aluno na escolinha, Luiz Manoel Gomes Ávila, contou que Kayo era um menino muito promissor no futebol. Ele estava na escolinha havia dois anos. Morava com os pais, mas ficava mais com a avó materna.

— Nós estávamos liderando o campeonato. O Kayo era uma das peças fundamentais do nosso time. Ele era um garoto calmo e, com certeza, tinha futuro na carreira. Seja como jogador de futebol de campo, seja no futsal. O menino jogava muita bola. Perdi um dos meus melhores atletas. O Kayo estava aqui comigo havia dois anos. Treinava duas vezes por semana, na parte da tarde. Estou sem reação com o ocorrido. É uma situação muito difícil. Não tive nem coragem de ligar para os familiares dele. Imagina como estão a mãe e avó dele? Elas que traziam ele aqui no clube — contou o treinador.


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