O
universitário Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, que foi agredido por um
policial militar durante uma manifestação no centro de Goiânia, em Goiás, na
última sexta-feira, terá a sedação suspensa para ser submetido a uma avaliação
neurológica. No protesto, o PM atingiu o rosto da vítima com tanta força que o
cacetete se quebrou.
Ao
suspender a sedação, os médicos procurarão saber se Mateus apresentará alguma
sequela em decorrência da pancada e avaliar a eficácia da cirurgia para
reparação dos ossos da face do estudante, que ocorreu neste sábado.
De acordo
com o último boletim médico, divulgado na manhã desta terça-feira pela
assessoria de imprensa do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde o
estudante está internado, seu estado de saúde ainda é grave. Ele permanece
sedado e intubado. Não há previsão de alta e de novas cirugias, mas ele não
corre risco de morte.
A família
do universitário, que mora em São Paulo, foi para a unidade de saúde acompanhar
o tratamento do rapaz. Por meio de uma rede social, amigos começaram uma
campanha para arrecadar fundos para ajudar a família do estudante.
Leia a
íntegra da nota sobre o estado de saúde do estudante:
"O
Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) informa que Mateus Ferreira da Silva,
nascido em 6 de abril de 1984, está evoluindo com melhora clínica, estável na
parte respiratória e com pressão normal. Hoje, 2 de maio, foi feita a suspensão
da sedação para avaliação neurológica e início do processo de retirada da
ventilação mecânica. Não há programação para sessão de hemodiálise para essa
terça-feira. Os resultados dos exames de sangue realizados no dia 2 de maio
estão normais. Não háprevisão para novos procedimentos cirúrgicos. Neste
momento, paciente encontra-se em estado estável, porém ainda grave, intubado e
permanece internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mateus Ferreira
não corre risco de morte. Paciente deu entrada no Hugo dia 28 de abril e foi
submetido a uma única cirurgia no último sábado, 29 de abril, com as equipes da
Neurocirurgia e Maxilofacial".
Silva
participava de manifestações populares contra as reformas trabalhista e
previdenciárias propostas pelo governo federal, no início da tarde da últia
sexta-feira, em frente a Assembleia Legislativa de Goiás, no Setor Oeste,
quando foi agredido pelo policial portando o cassetete. O vídeo que mostra o
momento da agressão foi compartilhado em redes sociais.
A Polícia
Militar de Goiás já abriu um Inquérito Policial Militar para apurar o caso. O
capitão Augusto Sampaio, subcomandante da 37ª Companhia Independente da Polícia
Militar, foi afastado das atividades operacionais suspeito pela agressão contra
Mateus, mas segue no serviço administrativo.
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