Grajaú-Jacarepaguá foi fechada em ambos os sentidos. Ação que marca início da 2ª fase da operação da Seseg com forças federais tem 2 mortos e ao menos 18 presos. Disque Denúncia oferece recompensa por procurados.
Dois homens morreram e pelo menos 18 foram presos na manhã deste sábado
(5), na segunda fase da ação integrada das Forças Armadas com as
polícias estadual e federal desde a chegada das tropas ao Rio. A
Operação Onerat busca combater o roubo de cargas e o tráfico de drogas,
une cerca de 5 mil homens com o objetivo de cumprir 55 mandados: 40 de
prisão e 15 de busca apreensão (acompanhe a cobertura em tempo real).
A megaoperação, realizada em seis favelas da cidade, marca o início da
segunda fase da atuação das tropas militares no estado, após decreto do
Governo Federal. A investigação partiu da 26ª DP (Todos os Santos).
Por volta das 6h30, o complexo de favelas do Lins já estava
completamente ocupado, após cerca de duas horas do início da ação.
Moradores relataram em redes sociais o som de tiroteios e de bombas na
comunidade.
Em entrevista à TV Globo, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse
que a permanência das tropas seguirá por tempo indeterminado.
"Nós vamos permanecer no local até que os objetivos sejam atingidos. Pode ser 24 horas, no fim de semana, três dias, 15 dias", disse Jungmann. "O objetivo, como sempre, é aquele que nós dissemos anteriormente, de bloquear o crime organizado, efetuar o efeito surpresa."
A coordenação da Onerat – carga, em latim – é feita pela Secretaria de
Estado de Segurança do Estado (Seseg), por meio da ação das polícias
Civil e Militar, com o apoio do Comando Militar do Leste (Exército,
Marinha e Aeronáutica), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária
Federal e da Força Nacional de Segurança Pública. Cerca de 50
profissionais de todas os efetivos estão no Centro Integrado de Comando e
Controle.
Segundo a Seseg, os agentes atuam nos Complexos do Lins e Camarista
Méier, na Zona Norte. Há ainda operações nos morros de São João, no
Engenho Novo, e Pedreira e Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte; e
Covanca, em Jacarepaguá, na Zona Oeste.
Mortes e prisões
Jefferson Abilio da Silva Cavalcante, de 19 anos, foi baleado no braço
direito e no tórax em troca de tiros com policiais no Morro São João.
Ele chegou a ser levado para o Hospital Salgado Filho, mas não resistiu.
Ele já havia sido preso por roubo de cargas em julho de 2016 e foi
solto em março deste ano. Com ele, foi apreendida uma pistola.
Uma dos presos é Fernando de Almeida Oliveira, conhecido como Pulga, de
28 anos. Ele foi encontrado em uma padaria no entorno do Lins.
Ocupação em mata
As Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco em algumas dessas
regiões e baseadas em pontos estratégicos. De acordo com o coronel
Itamar, porta-voz do Comando Militar do Leste, participam da operação
3,6 mil homens do Exército e dos Fuzileiros Navais. São utilizados 514
veículos e 71 blindados militares.
Cerca de 200 homens das 42 delegacias da capital também participam.
Paraquedistas foram utilizados para ocupar a mata no entorno das
comunidades, para impedir a fuga de traficantes, como informou o
comentarista de segurança da TV Globo Fernando Veloso (veja no vídeo acima).
Algumas ruas foram interditadas e os espaços aéreos estão controlados
para aeronaves civis nas áreas sobrepostas aos setores de atuação das
Forças Armadas. Um dos locais fechados é a Autoestrada
Grajaú-Jacarepaguá, bloqueada em ambos os sentidos. Não há interferência
nas operações dos aeroportos.
Disque Denúncia
O Disque Denúncia divulgou um cartaz com 15 dos principais procurados
na operação (veja abaixo). A recompensa é de R$ 1 mil pelos bandidos
Furinho, Nisinho, Jamaicano, Miguelinho, Maninho, Diel, Coroa, Piloto,
Tchá Tchá, Hilton, Brancão, Vagner, Da Mata, Da Cabrita. Pelo traficante
Da Russa, que de acordo com as denúncias é o comandante geral do
tráfico em todo o Complexo do Lins. o valor é de R$ 30 mil. O telefone
para contato é 2253-1177.
O coordenador do Disque Denúncia, Zeca Borges, disse que há pelo menos
três dias o serviço vem monitorando as regiões onde ocorrem as ações
deste sábado, passando informações às forças de segurança.
"Com os panfletos queremos mobilizar a população. Esperamos o máximo de denúncias.", disse.
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