Com alta de casos, Miami é o epicentro do novo coronavírus, alerta especialista

Ambulância em via expressa de Miami (EUA)

Ambulância em via expressa de Miami (EUA)


Com mais de 2.000 pacientes hospitalizados e centenas em UTIs, Miami é agora o epicentro da pandemia, disse Lillian Abbo, chefe de prevenção de infecções e gerenciamento antimicrobiano do sistema de saúde da cidade de Jackson. 

"O que estávamos vendo em Wuhan, cinco ou seis meses atrás, nós temos lá agora", afirmou durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (13), organizada pela Prefeitura do condado de Miami-Dade.

A cidade de Wuhan, na China, epicentro orginal da crise do novo coronavírus, entrou em um lockdown de 76 dias no fim de janeiro. Os primeiros casos da doença foram detectados em dezembro e, até o mês de abril, as autoridades haviam reportado mais de 50 mil casos. 

O condado de Miami-Dade confirmou mais de 64 mil infecções, de acordo com dados estaduais. 

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Nos últimos 13 dias, houve um um crescimento de 68% no número de pacientes hospitalizados, 69% no de ocupação de leitos de UTI e 109% no de utilização de ventiladores mecânicos.

Quarenta e oito hospitais do estado da Flórida, oito desses em Miami-Dade, estão com as UTIs lotadas.

Nesta terça (14), as autoridades de saúde estaduais reportaram 132 novas mortes, o maior aumento diário até agora. Antes, o recorde era de 120 mortes, em 9 de julho.

Abbo pediu a ajuda da mídia para fazer com que a comunidade entenda que as recomendações não são apenas para incomodar. "Não estamos repetindo a mesma coisa de novo e de novo só para dar trabalho, precisamos mesmo da ajuda de vocês", disse.

O pedido ecoa o de outros líderes dos Estados Unidos, que tiveram aumentos nos casos com a saída de pessoas às ruas após semanas de lockdown.

Quando as restrições começaram a ser flexibilizadas, surgiram imagens de festas, praias cheias, bares reabertos e celebrações de feriados sem distanciamento social ou máscaras. 

Mais de 3,3 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a Covid-19 nos Estados Unidos, mas especialistas locais estimam que o número pode ser muito mais alto. Ao menos 40% dos que contraem o vírus não mostram sintomas, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos).

Mais da metade dos 50 estados do país tiveram de voltar a endurecer medidas de quarentena para conter a infecção. No entanto, novos lockdowns podem ser evitados se as comunidades seguirem as regras. 

"Você não precisa fechar tudo de novo, mas retroceder um pouco", disse Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas do país em uma palestra online da Escola de Medicina da Universidade de Stanford.

(Com informações de Christina Maxouris, da CNN Internacional)

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