BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o governo está negociando um meio termo entre 200 e 600 reais para o valor do auxílio emergencial concedido devido à pandemia de coronavírus para que o benefício seja prorrogado, possivelmente até o fim do ano.
Segundo o presidente, não é possível manter os 600 reais mensais das parcelas anteriores, já que o endividamento do país pode comprometer a credibilidade. Ao mesmo tempo, Bolsonaro disse que uma das propostas aventadas pelo Ministério da Economia, de 200 reais, não é suficiente.
“Então 600 reais é muito. O Paulo Guedes fala, alguém falou na Economia, em 200 (reais). A gente acha que é pouco, mas dá para chegar num meio termo e nós buscarmos que ele venha a ser prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano”, disse Bolsonaro em cerimônia de sanção de medidas provisórias para facilitar o acesso ao crédito.
“Se o país se endivida demais, você acaba perdendo a sua credibilidade para o futuro”, acrescentou.
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Ao comentar conversa sobre o tema com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em café da manhã nesta quarta-feira no Palácio da Alvorada, Bolsonaro argumentou que “600 reais pesa muito para a União”.
Maia é um dos que defendem uma solução para a renovação do auxílio, mas se resguarda e reitera que a saída só poderá ser encontrada mediante articulação com o Executivo.
A equipe econômica estuda a edição de uma medida provisória para a concessão do auxílio emergencial para além de agosto, mas a um valor abaixo dos 600 reais, enquanto segue analisando a focalização de programas sociais para vitaminar o Bolsa Família e torná-lo uma marca da gestão de Bolsonaro, segundo dois integrantes do time.
Na cerimônia desta quarta-feira, o presidente voltou a dizer que seu governo estava no “caminho certo” no início da pandemia, quando externou a preocupação com a economia e se manifestou contra a paralisação das atividades econômicas devido à pandemia, diante dos efeitos da crise do coronavírus.
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Também reiterou seu discurso de que os efeitos da crise na economia são piores do que os causados pelo novo vírus, e aproveitou ainda para classificar as medidas tomadas pelo governo como “excepcionais”. Para Bolsonaro, não houve exemplo no mundo de um enfrentamento desta “questão” melhor do que o Brasil.
Apesar disso, O Brasil tem a segunda pior epidemia de Covid-19 do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 3,4 milhões de casos confirmados da doença e quase 110 mil óbitos.
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