BRASÍLIA (Reuters) - O governo do presidente Jair Bolsonaro prepara uma grande cerimônia na próxima terça-feira para o anúncio de medidas de recuperação da economia do país, incluindo a prorrogação do auxílio emergencial, disse à Reuters o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Segundo Bezerra, é certo que o auxílio emergencial será prorrogado até dezembro, mas ainda não há definição sobre o formato ou o valor desse benefício. Ainda assim, completa, é intenção do presidente ter a questão definida até a segunda-feira.
“Na terça-feira vai ter uma grande solenidade no Palácio do Planalto, que é o anúncio do programa Pró-Brasil, e também o anúncio da nova agenda do governo federal do ponto de vista da recuperação da economia”, disse o líder em entrevista à Reuters.
“E acredito, portanto, que nessa solenidade de anúncio do Pró-Brasil, o presidente deve também anunciar a definição sobre o auxílio emergencial. É certo que o auxílio será prorrogado e é certo que será prorrogado até dezembro.”
Bezerra citou as possibilidades em estudo, se a prorrogação ocorrerá por meio de decreto ou medida provisória e qual o valor, mas garante que uma extensão dos 600 reais está descartada.
“Se você vai ter uma parcela de 200 que seria por decreto e mais duas de 250 ou de 300, ou se você vai ter 4 (parcelas) de 250, ou se você vai ter 4 de 300, isso são contas que estão sendo feitas pelo Ministério da Economia e o presidente vai ver qual a melhor forma”, disse.
Outra parte das iniciativas do governo responde às preocupações sobre a manutenção do teto de gastos. De acordo com o líder, há riscos de ele não ser respeitado em 2022 “se não tomarmos nenhuma medida”. Por isso mesmo, a agenda a ser anunciada incluirá os chamados gatilhos para a regra de ouro.
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Bezerra relatou que o senador Marcio Bittar (MDB-AC), deve apresentar, na condição de relator, um substitutivo que irá fundir a chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos gatilhos —também chamada de PEC emergencial—, a PEC do pacto federativo e mais algumas sugestões do Executivo.
O líder admite que o tema poderá “oferecer resistência política tendo em vista a proximidade da eleição”, mas pondera que “o gatilho poderá estar casado com o programa denominado Renda Brasil, que é o programa de solidariedade social que vai representar um grande avanço em relação ao Bolsa Família”.
ECONOMIA E ELEIÇÃO
Na avaliação de Bezerra, que se reuniu com Bolsonaro na quarta e nesta quinta com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o aumento da popularidade do presidente traz novo fôlego ao governo e à sua agenda legislativa e terá efeitos também nas eleições municipais deste ano.
Afirma, aliás, que se a mobilização do governo pela retomada da economia der certo, como acredita, Bolsonaro irá se firmar como franco favorito nas eleições presidenciais de 2022.
“O aumento da popularidade do presidente vem em boa hora, vai ser o capital político dele que vai dar o impulso para a aprovação das medidas que serão apresentadas a partir de terça-feira”, disse.
“E o que vai definir a reeleição do presidente Bolsonaro é o sucesso da retomada da economia”, pontuou.
Com isso, cresce a responsabilidade de Guedes em tocar essa recuperação econômica. Bezerra garante que o ministro está “firme” e “animado” e deve trabalhar, assim como toda a equipe econômica, ao longo de todo o fim de semana para fechar todas as propostas a serem anunciadas na terça.
“O fato de o presidente estar bem, o ministro da Economia
está fortalecido por consequência. Se o governo está bem, ele também
termina criando um novo ânimo para que possa dar sequência à sua agenda
de reformas.”Fonte Reuters
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