Imagens aéreas mostram destroços após a explosão na área portuária de Beirute
Foto: CNNO governo do Líbano solicitou prisão domiciliar para alguns trabalhadores do porto de Beirute nesta quarta-feira (5). Segundo autoridades locais, eles são suspeitos da negligência que teria resultado na explosão que matou ao menos 135 e feriu milhares nessa terça (4).
Quem fará o monitoramento dessas pessoas não é mais a polícia local,
mas as Forças Armadas, cuja presença tem aumentado na capital libanesa.
Eles estão responsáveis pela segurança do entorno da região portuária e pelo acesso a ambulâncias e viaturas do corpo de bombeiros. O grupo também segue atento para conter possíveis manifestações.
Ainda não há mais informações consolidadas sobre o que causou a grande explosão, mas a principal linha de investigação indica que um problema em um galpão onde eram armazenadas toneladas de nitrato de amônio tenha sido o ponto de partida do acidente.
A substância, utilizada na produção de fertilizantes, pode ser altamente explosiva caso seja submetida a altas temperaturas.
Dia seguinte à tragédia
Líderes mundiais e organizações internacionais se unem para oferecer ajuda. Na manhã desta quarta-feira, equipes focaram em tratar os feridos, buscar sobreviventes e mensurar a extensão dos danos.
O número de vítimas ainda deve aumentar ao longo do dia, disse o ministro da Saúde do país, Hamad Hassan, em entrevista a uma emissora local.
“Há muitos desaparecidos. As pessoas estão perguntando no departamento de emergências sobre seus parentes, e é difícil realizar as buscas durante a noite porque não há eletricidade. Estamos enfrentando uma catástrofe real e precisamos de tempo para calcular a extensão dos danos”, afirmou ele.
Segundo o presidente Michel Aoun, 2.750 toneladas de nitrato de amônio — substância usada em fertilizantes —, estavam armazenadas há seis anos no porto, sem medidas de segurança, o que pode ter causado o acidente. Ainda assim, até o momento, as autoridades não confirmaram oficialmente o que desencadeou a explosão.
"É como uma zona de guerra. Estou sem palavras", disse o prefeito de Beirute, Jamal Itani, ao inspecionar os danos. "É uma catástrofe para Beirute e o Líbano."
O ministro Hassan ressaltou que o país vive agora duas grandes crises: os estragos causados pela explosão e a pandemia do novo coronavírus.
"É preciso que todos se engajem positivamente, de políticos, partidos políticos, autoridades a nações amigas e parceiras, porque sofremos com a falta de leitos e de equipamentos para ajudar os feridos e aqueles em condições críticas."
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