O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, em cerimônia no Palácio do Planalto
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (7) que foi “surpreendido” com a prisão do secretário de Transportes do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, na quinta-feira (6). O deputado considerou a decisão da Justiça “muito bruta, muito dura” e “um pouco arbitrária” por ser embasada em fatos ocorridos há mais de seis anos.
“Prender uma pessoa por fatos de seis, sete anos atrás, parece uma decisão um pouco arbitrária. Claro que toda vez que há um indício, temos o direito de nos defender, o Ministério Público, a obrigação de investigar, e a Justiça, de julgar. Mas uma decisão de um fato que não tem nenhuma relação com o momento atual, até porque a lei diverge disso, de fato é uma decisão dura, mas certamente o Baldy vai recorrer e fazer a sua defesa”, afirmou em entrevista ao Blog do Villa.
Questionado sobre os pedidos de impeachment do presidente da República apresentados na Câmara e que dependem de sua decisão, o deputado voltou a defender que não considera o momento atual para discutir pró e contra Jair Bolsonaro. E que não toma nenhuma decisão, nem mesmo de indeferir os pedidos, porque haveria o direito de recurso por parte de quem fez a representação.
“Como o julgamento é político e o tempo é o do presidente da Câmara, certo ou errado é isso que dizem a Constituição e as leis, o que eu entendo é que uma decisão agora, um indeferimento, traria para a plenário da Câmara o debate desse tema, e não o debate das urgências que o país precisa. Ter 50 processos não significa que tenham 50 processos embasados”, declarou.
Pandemia
Maia
voltou a fazer críticas ao que considera um “erro” na relação da União
com estados e municípios no enfrentamento à pandemia de Covid-19, “que é
transformar a discussão do isolamento numa discussão prioritária da
relação do governo federal com os entes federados”. Também criticou a
defesa que Bolsonaro faz da cloroquina, pois “a questão do medicamento é
do médico, e não do político”, e a “demora” do governo em tomar certas
decisões econômicas no início da crise.
Segundo o deputado, não há no Planalto “um apetite para o debate” de redução dos gastos no pós-pandemia. “Por isso estou batendo na tecla de que o teto de gastos não pode ser modificado de jeito nenhum. Porque, senão, será como fizemos nos últimos anos. Toda vez aumenta a carga tributária e o tamanho do Estado.”
O democrata se disse cético sobre a privatização de quatro estatais ainda em 2020, conforme anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes, porque as vendas dependem de aval do Congresso. “Eu não sou otimista na possibilidade de privatizações neste ano porque adiamos as eleições e esse tema acaba ficando para o pós-eleição. Acho difícil conseguir aprovar quatro privatizações no Congresso nesse prazo que o ministro quer.”
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