STJ afasta Wilson Witzel do governo do RJ e manda prender Pastor Everaldo

 

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi afastado do cargo nesta sexta-feira (28) pelo Superior Tribunal Justiça (STJ), em meio a uma investigação sobre irregularidades na área da Saúde. O órgão também mandou prender o presidente do PSC, Pastor Everaldo, segundo informações da analista de política Basília Rodrigues. 

A Polícia Federal do RJ e de Brasília foi acionada nesta manhã para cumprir as determinações do STJ na Operação Tris in Idem, um desdobramento da Operação Placebo. Entre os alvos, estão o governador do RJ, o vice-governador Cláudio Castro (PSC) e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT).

Witzel não será preso. Com o afastamento dele, quem assume o governo do estado é o vice Cláudio Castro (PSC). Aos 41 anos, é advogado, católico, autor de dois álbuns de música católica e o mais jovem vice-governador do RJ desde a redemocratização. 

Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Palácio Laranjeiras (residência oficial do governador do RJ) e contra a primeira-dama do RJ, Helena Witzel. Não há cumprimento de mandado de prisão contra Wilson Witzel.


Movimentação no Palácio Laranjeiras, casa oficial do governador do Rio de Janeir

Movimentação no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador do RJ


Além do Pastor Everaldo – mentor da campanha do governador e que não tinha cargo no governo –, são alvos dos mandados de prisão Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, e Sebastião Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda.

Outro lado

Em nota, a defesa de Witzel disse que "recebe com grande surpresa a decisão de afastamento do cargo, tomada de forma monocrática e com tamanha gravidade". Os advogados afirmaram que aguardam o acesso ao conteúdo da decisão para tomar as medidas cabíveis.

O PSC também divulgou nota e disse que "o Pastor Everaldo sempre esteve à disposição de todas as autoridades e reitera sua confiança na Justiça." O presidente do partido seria ouvido pela Comissão da Saúde e Covid-19 da Alerj no dia 3 de setembro para falar sobre irregularidades na Saúde. A presidente da comissão, deputada Martha Rocha (PDT), vai enviar ofício ao Sistema Penitenciário para ouví-lo.

Desvios na saúde

Em 26 de maio, Witzel foi alvo da Operação Placebo, autorizada pelo STJ. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços em SP e no RJ, incluindo o Palácio das Laranjeiras e na casa onde ele morava antes de ser eleito, no bairro de Grajaú. Os agentes também foram ao endereço onde fica o escritório em que Helena Witzel atua.

A Operação Placebo apurou desvios na saúde pública do RJ em negociações de emergência durante a pandemia do novo coronavírus. Investigações apontaram para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado do Rio de Janeiro.

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro


O governador responde a ao menos três inquéritos no STJ. Um deles apura envolvimento em desvios de recursos da Saúde durante a pandemia de Covid-19. Parte dos dados utilizados nesta investigação embasa também o pedido de impeachment do governador, em andamento na Alerj.

Outro se refere a uma acusação contra Lucas Tristão, braço-direito de Witzel, acusado de elaborar dossiês contra adversários políticos do governo na Alerj. Um terceiro investiga a presença de funcionários fantasmas no Rio.

Há ainda uma outra investigação em curso contra Witzel por incitação ao crime, em razão do comportamento do governador após a solução do sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói, em agosto de 2019. Na ocasião, o sequestrador recebeu um tiro de um sniper e morreu. Ao descer do helicóptero, que pousou na ponte, Witzel vibrou e fez gestos de comemoração. Fonte CNN

Postar um comentário

0 Comentários