Lava Jato: operação da PF mira desvio de mais de R$ 150 mi no Sesc e Senac no RJ

 

A força-tarefa da Operação Lava Jato realiza, nesta quarta-feira (9), a operação "E$quema S" contra escritórios de advocacia acusados de desviar pelo menos R$ 151 milhões do Sistema S fluminense, composto por Sesc, Senac e Fecomércio.

Os valores podem ser ainda maiores, já que são investigados contratos que somam R$ 355 milhões.

A ação tem como base a colaboração premiada de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio/RJ. Ele chegou a ser preso em 2018 pela Lava Jato, mas foi solto no mesmo ano por determinação do STF.

São cumpridos 50 mandados de busca e apreensão no Rio, São Paulo e Brasília. Entre os alvos estão o advogado de Lula, Cristiano Zanin, e o ex-defensor da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e Ana Tereza Basílio, que atua no processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel.

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Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal Criminal.

Segundo a denúncia de 511 páginas, de R$ 355 milhões gastos em contratos de advocacia por serviços prestados à Fecomércio/RJ, pelo menos R$ 151 milhões foram desviados em esquema liderado por Diniz, Marcelo Almeida, Roberto Teixeira, Cristiano Zanin, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola, Ana Tereza Basílio, José Roberto Sampaio, Eduardo Martins, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Essas 11 pessoas foram denunciadas por organização criminosa.

O esquema incluía o uso de contratos falsos com escritórios daqueles acusados ou de terceiros por eles indicados, em que serviços advocatícios declarados não eram prestados, mas remunerados por elevados honorários.

As apurações comprovaram que Diniz era persuadido pelos integrantes da organização criminosa no sentido de que novos contratos (e honorários) eram necessários para ter facilidades em processos em curso no Conselho Fiscal do Sesc Nacional, no TCU e no Judiciário.

A ação do Ministério Público Federal tem a participação de agentes da Polícia Federal e da Receita Federal. As equipes da Polícia Federal deixaram a superintendência da corporação, na região portuária do Rio, pouco antes de seis da manhã desta quarta-feira.

Procuradores do Ministério Público Federal e agentes da Receita Federal também estão nas ruas para o cumprimento de mandados. Uma das equipes foi até um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Os agentes também percorreram endereços na Urca, no Leblon e na Gávea, bairros da Zona Sul da cidade.CNN

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