Por causa da extensão das chamas, bombeiros solicitaram reforço de outros dois aviões. Fogo atinge local que pertence à cidade de Barra.
Outras duas aeronaves foram enviadas para ajudar os bombeiros que atuam no incêndio de grandes proporções, que há uma semana atinge área de vegetação na cidade de Barra, no oeste da Bahia. As chamas começaram há uma semana e a proporção da área atingida ainda é incerta.
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sisema), o envio foi feito, na manhã desta quarta-feira (23), após os bombeiros pedirem o reforço por causa da dificuldade no combate às chamas e pela extensão do incêndio. As aeronaves saíram da cidade de Luís Eduardo Magalhães, também no oeste da Bahia, e já estão em operação.
Outras duas aeronaves, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), também ajudam no combate às chamas nos locais onde os bombeiros e brigadistas não conseguem chegar por terra, por causa da altura e do calor do fogo.
Na terça-feira (22), os bombeiros que atuam no local estimaram que o fogo já destruiu mais de mil hectares. A área atingida equivale a mais de mil campos de futebol. Nesta quarta, a estimativa feita é que chamas já tenham atingido mais de 1.500 hectares, mas ainda não se sabe exatamente qual o tamanho da área destruída pelo incêndio.
Equipes dos bombeiros de Salvador e de Barreiras, além de brigadistas voluntários de Buritirama, seguem no local, para debelar as chamas. Nesta terça, o grupo conseguiu apagar um novo foco de incêndio e impedir que o fogo chegasse às margens do Rio São Francisco.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que o incêndio tem características de ação criminosa. O tempo seco e os ventos fortes ajudam a espalhar as chamas.
As áreas mais atingidas pelo fogo foram evacuadas para facilitar trabalho de combate ao incêndio, que se concentra em um local distante cerca de 60 km do centro do município.
Incêndios na Bahia
Bombeiros e voluntários trabalham no combate ao incêndio que atinge o município de Barra, na Bahia — Foto: Corpo de Bombeiros/ Divulgação
A Bahia já registrou mais de 54 mil focos de incêndio este ano. Desses, quase 34 mil foram em vegetação de cerrado, típica do oeste baiano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os meses de setembro e outubro são de alerta. Por isso, um monitoramento da situação ambiental é feito diariamente para auxiliar no planejamento e prevenir queimadas.
"Há altas temperaturas, baixíssima umidade com praticamente nada de chuva, nesse período não chove praticamente nada e ainda práticas agrícolas um pouco anacrônicas, antigas, que usam métodos de queimada pra preparar o solo pra chuva que chegará a partir do final do ano. Isso termina fazendo com que esses fatores juntos, a ação do homem, com alteração do ambiente e as condições climáticas estabelecidas como ventos fortes que inclusive espalham essas fagulhas eventuais que foram criadas e isso faz com que se propaguem incêndios nessas regiões", explica Eduardo Topázio, diretor de recursos hídricos e monitoramento ambiental do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema).
Na semana passada, um incêndio de grandes proporções destruiu o depósito de uma fábrica de algodão em Luis Eduardo Magalhães, também no oeste baiano. Ainda não se sabe como o fogo começou. Os bombeiros levaram quase doze horas para apagar as chamas, que consumiram 152 toneladas de algodão.
A preocupação com os focos de incêndio no oeste baiano é tão grande que a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia mantém uma força-tarefa com produtores da região e órgãos ambientais. Em muitas fazendas, há brigadas de incêndio mobilizadas. Em uma delas, que perdeu lavouras de milho em outra queimada, no passado, 25 brigadistas atuam já no primeiro sinal de fogo, antes mesmo da chegada dos bombeiros.
"Depois da criação da brigada, nós não tivemos mais perda de lavoura por conta de incêndio. Essa mão de obra do bombeiro é pequena pra atender a quantidade de demanda da região. Então, os agricultores resolveram fazer essa união pra poder minimizar esses danos ambientais e econômicos que nós temos aqui na nossa região", disse Ednaldo Ribeiro, gerente de RH e responsável pela brigada de incêndio.
Fonte:G1
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