Em entrevista à CNN na noite desta quarta-feira (9), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que pelo menos 82% das pessoas de suas redes sociais querem a manutenção do auxílio emergencial de R$ 600.
No enranto, o parlamentar afirmou que é preciso trabalhar com dados reais – tanto o que a sociedade demanda, quanto das condições do próprio governo.
“A gente sabe que a condição para a manutenção do valor de R$ 600 não é uma coisa simples. Mas cabe o governo trabalhar a sua base, como Guedes diz, que agora tem muita tranquilidade porque tem uma base coesa, e eu acredito que tenha”, esclareceu.
“Então o governo terá todas as condições, e é a minha posição de aprovar a medida provisória no valor que foi da medida provisória editada pelo presidente da República”.
Na entrevista, Maia também comentou sua relação com Paulo Guedes, a atual situação do Brasil, as reformas e as novas presidências no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara.
Reformas
Para o presidente da Câmara, aprovar a PEC Emergencial deve ser a prioridade número um. Ele defendeu que o governo não misture temas da reforma tributária e se concentre no projeto de lei da CBS (Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços) e nas PECs nº 45 e nº 110
“Se o governo tentar introduzir o debate sobre CPMF, para desonerar a folha, aí acho que vai gerar muita confusão e vamos acabar perdendo uma boa oportunidade de simplificação dos impostos sobre o consumo, que hoje é um grande drama que segura o crescimento da nossa economia”, pontuou.
Maia também falou sobre dar início aos trabalhos da reforma administrativa, para que no fim do ano ela esteja pronta para ser votada na Câmara ou na comissão, e no início do ano que vem no plenário da Casa e, depois, no Senado.
Relação com Guedes
Durante videoconferência realizada hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a relação com o Congresso está "muito boa".
"Ao contrário do que os fofoqueiros estão dizendo, de que todo mundo está brigando com todo mundo. A verdade é que as coisas estão rodando, tudo está sendo aprovado", comentou em referência às notícias sobre conflitos e tensões entre ele e Maia.
Nesta quarta, Maia disse que não fala com Guedes há muito tempo e afirmou que não está preocupado com isso.
“A economia brasileira no ano passado cresceu muito menos do que a gente esperava, do que foi prometido. Este ano ela ia crescer menos que os 2,5% aprovados no orçamento do final do ano. Entrou a pandemia e, claro, o Parlamento e o governo, junto com a sociedade, deram boas respostas a muitos dos temas. Só que agora nós precisamos olhar para frente”, disse.
Maia ressaltou que o país enfrenta “problemas graves” e, se algumas situações não forem resolvidas nos próximos 60 dias, poderão implicar na aprovação do orçamento para o próximo ano.
O presidente da Câmara elencou algumas de suas preocupações: o número de desempregados que deve aumentar, a situação dos mais vulneráveis e a redução do auxílio emergencial – concedido para minimizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus – de R$ 600 para R$ 300.
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Foto: CNN Brasil“Acho que só tem um caminho no curto prazo para que se possa organizar o orçamento para cuidar dessas famílias, que é a PEC [Proposta de Emenda Constitucional] Emergencial que está no Senado. Mas o tempo é curto”, disse.
“E se não der uma solução para reorganizar os gatilhos do teto de gastos, não reduzir algumas despesas do orçamento, não acabar com a indexação do orçamento para o próximo ano, vai ter muito pouco espaço para pensar em políticas públicas”, continuou.
De acordo com ele, o foco deve ser esse e, para que tudo funcione bem, é importante que “o Parlamento possa estar sempre ouvindo o governo”.
Presidência da Câmara
Sobre o próximo presidente da Casa, Maia disse que seu candidato “são todos os 512 deputados” e que, como atual presidente, não deve ter escolhas individuais.
“Eu pessoalmente espero que a gente possa eleger um presidente que tenha mais virtudes que eu, menos defeitos que eu e que possa ajudar mais ainda o Brasil nessa pauta de modernização do estado brasileiro”.Fonte:CNN
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