Construtora Pejota, que realiza a requalificação da Rua Direita, fez a ocorrência somente 48 horas depois da ação
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o roubo de cobre no Santo Antônio Além do Carmo, que aconteceu no último domingo, quando cerca de 20 homens vestidos com uniforme azul cavaram buracos na Rua Direita e retiraram uma quantidade ainda não especificada do metal.O procedimento foi instaurado nessa terça-feira (29), após reportagem do CORREIO, com uma queixa-crime formalizada pela Construtora Pejota, que realiza os serviços de requalificação da via. A denúncia foi registrada na 1ª Delegacia (Barris) após mais de 48h da ocorrência.
Em nota, a Pejota disse que o registro do boletim de ocorrência só aconteceu após o pedido da Conder, o que teria sido feito numa reunião entre as duas partes realizada na tarde dessa terça. No entanto, em nota divulgada para a imprensa um dia antes, a Conder já tinha dito que fizera o pedido à Pejota para que registrasse queixa.
Funcionários da Conder tiveram que consertar os estragos deixados (Foto: Marina Silva/CORREIO) O procedimento foi instaurado nessa terça-feira (29), após reportagem do CORREIO, com uma queixa-crime formalizada pela Construtora Pejota, que realiza os serviços de requalificação da via. A denúncia foi registrada na 1ª Delegacia (Barris) após mais de 48h da ocorrência. Em nota, a Pejota disse que o registro do boletim de ocorrência só aconteceu após o pedido da Conder, o que teria sido feito numa reunião entre as duas partes realizada na tarde dessa terça. No entanto, em nota divulgada para a imprensa um dia antes, a Conder já tinha dito que fizera o pedido à Pejota para que registrasse queixa.A Polícia Civil não informou se já há suspeitos. Mas na manhã dessa terça (29), um homem que não quis ser identificado entrou em contato com a redação da TV Bahia e afirmou ser o responsável pela equipe que removeu os fios de cobre. Em conversa com o CORREIO, ele disse que não foi um roubo, pois o grupo teria sido contratado pela própria Pejota. “O interesse da empresa era acabar com o transtorno dos dependentes químicos que vandalizavam a obra e já retiraram esse cobre. Nós fomos chamados para retirar a sucata e evitar a ação desse pessoal”, contou ele, que disse ter sido contratado por uma pessoa de nome Thailan Macedo, que teria se apresentado como engenheiro da obra.
O CORREIO localizou um rapaz de nome Thailan, que foi identificado como estagiário da Pejota. Ele disse que essa informação não procede. A Pejota foi questionada sobre isso, mas não retornou. Na nota, a construtora informou que as imagens divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento dos criminosos não possui nenhuma identificação da Pejota. “O maquinário utilizado também não pertence à empresa e todo material usado fica mantido no canteiro de obras, que tem vigilância privada 24 horas”. Segundo funcionários que não quiseram se identificar, o canteiro fica no Largo do Santo Antônio, a cerca de 400 metros da ocorrência. Cerca de 30 operários fazem parte da obra. “Os vigias poderiam estar no canteiro no momento do crime, não sei dizer se eles viram a movimentação”, disse um dos funcionários. No domingo, cerca de 20 pessoas sem máscara, vestidas com uniformes azuis e com maquinários de grande porte, como retroescavadeiras, destruíram 60 metros de extensão de um lado da rua para levar fios de cobre que estavam enterrados no local. A ação se iniciou por volta das 8h30, durou cerca de quatro horas e danificou a rede de tubulação de água - já substituída. A Coelba confirmou que os cabos furtados pertencem a uma linha de transmissão desativada. Os cabos permaneceram no local para uma eventual necessidade. Para evitar roubos, a Coelba disse que prioriza a utilização de cabos de alumínio e trabalha com um percentual muito baixo de material de cobre na rede da distribuidora. O CORREIO também conversou com guardadores de carro do Largo do Santo Antônio e eles se disseram vítimas. “Nós fomos ajudar a retirar os carros da pista como sempre fazemos. A empresa já tem o costume de pedir o nosso auxílio, pois a gente conhece bem a área e os moradores. Mas a gente não ganhou nada por isso. Estamos nos sentindo enganados”, disse um deles. Desrespeito Para o ator Fabrício Boliveira, que vive na Rua Direita do Santo Antônio Além do Carmo, a situação gerou um sentimento de desrespeito à população. “Os operários também trabalhavam aos domingos. Pra gente, parecia ser só mais um dia irresponsável e errado de trabalho dos funcionários da obra. Eu fui uma das pessoas que retirei o meu carro da pista para que eles atuassem na rua, como sempre fiz durante a obra inteira”, afirmou. Fabrício atuou na novela Segundo Sol, que era ambientada no bairro soteropolitano do Santo Antônio, local onde hoje ele vive. “Eu acho que a polícia tem que investigar mesmo esse crime e a obra. Eles precisam saber quem é essa empresa contratada, quem é a pessoa que está à frente disso e apurar de forma precisa”, afirmou. O crime foi considerado como um “furto cinematográfico” pela forma como aconteceu. Questionado sobre a possibilidade de retratar no cinema o episódio, Fabricio desconversou. “Eu acho que temos coisas muito sérias e delicadas para lidar com esse furto, como o fato de ser uma obra mal feita, dinheiro público estar sendo perdido... é importante solucionar primeiro esse crime para só depois a gente pensar em trazer para a arte”, afirmou. Uma líder comunitária do Santo Antônio, que não quis ser identificada, disse que os moradores estão se mobilizando para que o furto não fique por isso mesmo e que a realidade da obra seja melhorada. “A obra fica sem vigilância e com material exposto, que é levado por bandidos. A gente tem uma sensação de insegurança e vamos cobrar das autoridades competentes que melhorem isso”, afirmou. Confira a nota completa emitida pela construtora Pejota: Na tarde desta terça, 29/09, a Pejota Construções e a CONDER se reuniram para adoção de medidas em relação ao fato ocorrido no dia 27/09. A primeira medida foi o registro de boletim de ocorrência feito pela Pejota, na Delegacia dos Barris. A ação aconteceu após pedido da CONDER feito a empresa nesta reunião. As imagens amplamente divulgadas pela imprensa mostram que o fardamento usado pelos criminosos não possui nenhuma identificação da empresa. Além disso, o maquinário utilizado também não pertence a empresa e todo material usado na obra fica mantido no canteiro de obras, que tem vigilância privada 24 horas. Estamos colaborando com imagens, informações e documentos a fim de apoiar as autoridades competentes na resolução do caso. A partir desse momento, as informações sobre o caso serão dadas pelas autoridades competentes que conduzirão a investigação. Fonte:Correio 24 horas |
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