A chegada de novos produtos eletrônicos ao mercado, a exemplo do aguardado PlayStation 5, faz com que brasileiros com boas condições financeiras tenham a seguinte reflexão: será que é mais barato ir comprar em Miami? No atual momento, a resposta curta é não. É claro que a pandemia do novo coronavírus não ajuda, mas o problema não é só esse. Entenda abaixo.
Sony e Microsoft já anunciaram, e lançam ainda em 2020, novas versões de seus consoles: o PlayStation 5 e o Xbox Series X. O primeiro custará R$ 4.999 em sua versão tradicional e R$ 4.499 o modelo sem leitor de CDs. O segundo também será vendido por R$ 5 mil, mas possui uma versão "de entrada" que será vendida por R$ 2.999. Ambos têm preço sugerido de US$ 499 nos EUA.
O PlayStation 5, da Sony
Foto: Sony/DivulgaçãoOu seja, como o dólar está acima de R$ 5, isso quer dizer que os produtos são comercializados com o preço praticamente dobrado por aqui. Bill van Zyll, diretor geral da Nintendo na América Latina, afirma que o próprio câmbio é um dos fatores complicadores do processo de precificação.
O Switch, console atual da japonesa que já vendeu mais de 61 milhões de unidades ao redor do globo, chegou oficialmente ao Brasil na sexta-feira (18). Seguindo a mesma linha do mercado, o videogame custa R$ 2.999 e sai por US$ 299 nos EUA.
"Queremos levar o nosso produto ao maior número de pessoas possível, então é do nosso interesse que esses preços sejam acessíveis", diz. "Mas fatores como o câmbio, impostos e taxas, e a distribuição dentro do próprio Brasil fazem com que estes valores sejam diferentes."
Apesar disso, essa discrepância nos preços já não é suficiente para compensar uma ida aos Estados Unidos somente com o objetivo de comprar tais produtos. E a conta é simples.
Com o câmbio a R$ 5,41 (checado no dia 22 de setembro), o preço dos consoles (a versão de US$ 499) fica cerca de R$ 2.700. Além disso, incidem os impostos americanos, que podem chegar a 12%, e, em caso da utilização de cartão de crédito, mais 6,38% do IOF.
No final, o produto comprado na cidade de Orlando, na Flórida, que tem alíquota de 6,5%, sairia por US$ 565,35, ou R$ 3.058.
Há ainda o custo das passagens, é claro. Segundo dados do Google Flights, motor de buscas de passagens aéreas, um vôo de São Paulo para Orlando no dia 12 de novembro, data de lançamento do PS5, sai por R$ 2.682 (incluindo retorno no dia seguinte).
O Skyscanner, outro site do gênero, mostra passagens mais baratas para março de 2021, quando a Covid-19 pode ter dado uma trégua, custando a partir de R$ 1.815. Utilizando essa cotação mais acessível, chega-se a um preço agregado de R$ 4.873. Isso sem contar o valor da hospedagem, alimentação e deslocamentos – como do aeroporto até a loja, por exemplo.
Na somatória total, atualmente fica mais caro viajar para comprar o equipamento, que comprar por aqui. O valor só compensaria se algum conhecido que já estiver nos Estados Unidos traga o produto legalmente para você.
iPhone
Quando os iPhones 11 (US$ 699), 11 Pro (US$ 999) e 11 Pro Max (US$ 1.099) foram lançados em setembro de 2019, a cotação do dólar era pouco mais de R$ 4 e os modelos custavam, respectivamente, R$ 4.999, R$ 6.999 e R$ 7.599 no Brasil. Com estes valores, era possível ter uma margem de quase R$ 1 mil de economia indo aos Estados Unidos adquirir os produtos.
Agora a situação seria diferente. A Apple ainda não confirmou muita coisa sobre o iPhone 12, mas veículos de comunicação estimam que o preço inicial possa ser US$ 750 dólares, ou R$ 4.057 na cotação atual. Tomando como base um valor de R$ 2 mil para as passagens aéreas, o orçamento já fica em mais de R$ 6 mil.
Resta saber, agora, quais serão os preços por aqui.
Fonte :CNN
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