Há uma semana, o traficante e chefe do PCC André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, deixou a cadeia beneficiado por decisão do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Horas depois, a liminar foi derrubada pelo presidente da Corte, Luiz Fux, mas o traficante já havia deixado a penitenciária.
André do Rap segue foragido e a polícia supõe que ele tenha saído do país. Atendendo ao pedido da Polícia Federal, a Interpol incluiu o nome do criminoso na lista de procurados mundiais.
O promotor do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, responsável por investigações envolvendo o PCC, acredita que a Bolívia tenha sido o destino do criminoso, mas ainda não há provas sobre isso.
"Por enquanto, nós sequer sabemos se ele deixou o Brasil. Existe a suspeita que ele possa estar no Paraguai ou na Bolívia. Mas as diligências no Brasil estão sendo feitas no Paraná, Santa Catarina e em São Paulo. É possível que ele esteja na Bolívia, mas isso é apenas uma suspeita", disse em entrevista à CNN neste sábado (17).
A preferência pela Bolívia, explicou Gakiya, se dá pela falta de cooperação que o país tem com o Brasil em relação à extradição de criminosos.
"Na Bolívia, temos um problema sério de relacionamento, de cooperação, e isso tem feito com que vários criminosos dessa facção escolham esse país para se esconder."á eles encontram algum tipo de facilidade das próprias com autoridades locais. Eles conseguem, com o poder financeiro que têm, cooptar essas autoridades, corrompê-las e obter proteção. As tratativas estão sendo feitas, não é só o André do Rap, temos vários que possivelmente estejam naquele país", completou.
Gakiya também disse que a decisão de Marco Aurélio de Mello provocou uma "verdadeira insegurança jurídica", já que há mais de 100 pedidos de soltura com relação ao mesmo dispositivo mencionado pelo ministro para libertar André do Rap.
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