Família de grávida baleada na Maré juntava dinheiro para exame que descobriria sexo do bebê

 

Maiara, de 20 anos e com cinco meses de gestação, foi balada na Maré
Maiara, de 20 anos e com cinco meses de gestação, foi balada na Maré Foto: Reproduçao

A tragédia urbana do Rio de Janeiro fez ontem mais uma vítima absolutamente inocente. O bebê que Maiara Oliveira da Silva esperava não resistiu ao tiro que atingiu a gestante durante uma operação policial no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade, nesta terça-feira, dia 27. Agora a jovem de 20 anos luta pela vida, sem saber que o sonho da maternidade foi interrompido de maneira tão brutal. A ansiedade pela chegada do bebê era grande entre os parentes de Maiara, que contavam os dias para descobrir o sexo da criança e estavam se organizando para custear o exame, na virada do mês.

— Ela estava feliz da vida. Não só ela, como eu e a família toda. Meu netinho ia morar comigo — conta o conferente Alberon Sales da Silva, de 48 anos, pai de Maiara. — As primas dela estavam doidas pra saber se era menino ou menina e falaram que iriam pagar a ultra pra ela fazer o ultrassom na semana que vem. Não deu tempo.


A expectativa pela chegada do novo membro da família, no entanto, virou luto e preocupação. Atingida na barriga, Maiara foi levada para o Hospital Evandro Freire, na Ilha do Governador. Segundo informações da Secretaria municipal de Saúde, Maiara Oliveira da Silva segue em estado grave no CTI.

— Ela está sedada, não sabe que o bebê morreu. Foi entubada e está respirando com ajuda de aparelhos, mas está respirando. Ela muito é forte — afirma o pai da jovem.

Policiais civis prestam socorro a Maiara logo após a jovem ser baleada
Policiais civis prestam socorro a Maiara logo após a jovem ser baleada Foto: Divulgação / Polícia Civil

Conflito de versões

A família de Maiara e a Polícia Civil apresentaram versões divergentes da sequência de acontecidmentos da tarde de terça-feira, quando a gestante foi baleada. Segundo Alberon Sales da Silva, pai da jovem, não havia confronto na Nova Holanda no momento em que a filha foi atingida. Ele também questionou o fato de a polícia não ter utilizado um veículo da corporação no socorro.

— Saí em desespero. Vi o táxi, que tinha acabado de deixar um passageiro, e pedi para o motorista ajudar.

Ao o coordenador da Core, delegado Fabricio Oliveira, explicou que após a operação, houve uma emboscada a policiais que se preparavam para deixar a comunidade. Ao saberem que uma moradora havia sido baleada, dois agentes prestaram socorro e depois acompanharam a vítima até o hospital. Segundo a polícia, um táxi auxiliou no socorro porque no local só havia blindados, que são veículos lentos, e a situação era urgente

 

Fonte;Extra

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