Preso nesta quinta-feira, 29, numa operação conjunta da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o pastor e candidato a vereador em Belford Roxo Elisamar Miranda Joaquim, apontado como atual chefe do tráfico no Complexo do Roseiral, é irmão de Eliezer Miranda Joaquim, conhecido como Criam, preso no ano passado. Segundo as investigações, Criam continua no comando do Roseiral mesmo de dentro da cadeia, mas colocou Elisamar para administrar o tráfico e os condomínios na área. Um dos avos da Operação Itália, Elisamar concorria a uma vaga na Câmara Municipal de Belford Roxo pelo PDT.
Na noite desta quinta-feira, a mulher de Elisamar, a pastora Alessandra, postou um vídeo no perfil oficial do marido para defendê-lo. “Estamos juntos há 17 anos. Pastor Elisamar é um homem íntegro, e a justiça de Deus é que vai prevalecer”.
Bando adotava táticas de milícia
A Operação Itália cumpriu dez mandados de prisão preventiva e 61 mandados de busca e apreensão. A decisão foi proferida pelo juízo da 1ª Vara Criminal de Belford Roxo. Ao todo, foram indiciadas e denunciadas 24 pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e constituição de milícia privada, contra os quais foram expedidos mandados de busca e apreensão. A operação foi feita em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRJ.
Na operação desta quinta-feira, 29 foram persos ainda Ronaldo Lisboa Azevedo, conhecido como Gordinho; Jonata Gomes da Silva, chamado de Tobinha ou Paraíba; e Leone da Silva Souza, que compõem o grupo principal de denunciados, pelas funções de relevância que exerciam.
Conforme as investigações da DHC, além de comandar o tráfico de drogas do Complexo do Roseiral, o grupo passou a desempenhar atividades típicas de milícia na região. Eles extorquem comerciantes, monopolizam a venda de cestas básicas, água e gás, cobram taxa a motoristas de vans para que possam circular livremente pela localidade e, principalmente, exploram os moradores de conjuntos habitacionais, mediante a indicação dos síndicos dos condomínios e a cobrança de taxas aos moradores. Caso eles não pagassem, tinham o fornecimentos de água suspenso e poderiam até ser expulsos de suas propriedades.
A ação da organização criminosa foi descoberta por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, quando foi possível identificar o modo de atuação do grupo, que incluía a prática de extorsões e ameaças, além de desvendar a hierarquia de funcionamento da organização, com a identificação das funções exercidas por cada um dos integrantes do grupo
Fonte:Extra O Globo
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