Os assassinatos de dois candidatos ao cargo de vereador na Baixada Fluminense, num intervalo de menos de 15 dias, fez acender um alerta dentro da cúpula da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Uma força-tarefa que já vinha sendo desenhada para atuar durante as eleições na região será antecipada para esta semana, conforme adiantou ao EXTRA o delegado Allan Turnowski, secretário de Polícia Civil do Rio.
— Fizemos um planejamento estratégico que prevê o reforço de delegacias que atuam em setores e regiões sensíveis. Já reforçamos a Delegacia de Homicídios da capital (DHC) e, agora, visando garantir a segurança do pleito eleitoral e o direto do cidadão ao voto, vamos fortalecer ainda mais a atuação da Polícia Civil na região da Baixada Fluminense — afirmou Turnowski.
Ainda de acordo com o secretário, para aumentar o suporte às investigações sobre os crimes ligados a fatores políticos, foram postos em cargos estratégicos delegados com experiência na região:
— Além de termos escolhido como diretor das delegacias da Baixada o Delegado Giniton Lages, que é oriundo e especialista na área de homicídios, também vamos criar uma força-tarefa para atuar na região. A DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) receberá novos delegados para se somarem ao time atual.
Turnowski também está mobilizando outras especializadas para formarem a força-tarefa. Fontes da Polícia Civil dão conta que pelo menos mais três delegados serão realocados para a Baixada com o objetivo de fortalecer a equipe de investigação. Além disso, a ideia é aumentar o olhar sobre os grupos de milicianos que dominam a região.
—Nosso plano é colocar outras especializadas, como Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), DDSD (de Defesa dos Serviços Delegados), DPMA (de Proteção ao Meio Ambiente), para trabalhar em conjunto com a DHBF e sufocar a milícia e o tráfico de drogas em todas as formas de entrada de dinheiro — adianta o secretário de Polícia Civil.
Dois candidatos assassinados
A corrida pela criação da força-tarefa da Polícia Civil acontece depois da sequência de assassinatos que ocorreram no período do dia 1º ao dia 10 deste mês. O mais recente foi na noite do último sábado, quando o candidato a vereador pelo Democratas (DEM), Domingos Barbosa Cabral, de 57 anos, foi morto a tiros, no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada.
Domingão, como era conhecido na região, foi alvejado por diversos disparos, realizados por homens com toucas ninjas, por volta das 18h30, enquanto estava em um bar. Ele chegou a ser encaminhado para a UPA de Cabuçu, mas não resistiu aos ferimentos. O político já havia conquistado uma vaga de suplente na Câmara Municipal, em 2016, pelo PHS. Em julho deste ano, Domingão foi preso em flagrante em uma operação para reprimir a ação de milicianos na região.
Já Mauro Miranda da Rocha, de 41 anos, que também concorria a uma vaga na Câmara Municipal de Nova Iguaçu, foi morto no dia 1º com tiros na cabeça, braço e peito. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O político já havia sido preso por porte ilegal de arma em 2015. Os dois casos são investigados pelo Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
Fonte:Extra
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