Polícia faz operação na Lagoa de Marapendi, na Barra, para buscar pistas de suspeitos de abater jacarés e capivaras

 

Mistério na Barra: Policiais e o biólogo Ricardo Freitas (de costas) em buscas na Lagoa de Marapendi
Mistério na Barra: Policiais e o biólogo Ricardo Freitas (de costas) em buscas na Lagoa de Marapendi Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) visitou nesta quarta-feira a Lagoa do Marapendi, na Barra da Tijuca, após denúncias de biólogo e barqueiros, reveladas na terça pelo GLOBO, de que 60 jacarés teriam sido alvos de pescadores na área. Os agentes, acompanhados do biólogo Ricardo Freitas, ouviram moradores e funcionários de condomínios próximos. Freitas, que esteve presente durante a diligência, contou detalhes do que foi visto. Um barqueiro confirmou a queixa aos agentes.

– Primeiro, entramos no condomínio Pontal da Barra e os policiais conversaram com moradores, que disseram não saber de nada, o que fez com que eles ficassem ainda mais desconfiados de que talvez a denúncia não fosse real. Mas pedi aos funcionários acesso à balsa deles, e consegui levar os agentes até um ponto mais à frente da lagoa. Assim que atracamos, um barqueiro, diferente do outro que já havia feito a denúncia, contou a mesma história e corroborou a versão. Ele disse, no entanto, que havia visto 30 carcaças, mas que quando chamou a Patrulha Ambiental, os guardas só acharam duas cabeças de jacaré – disse. – A Patrulha Ambiental pode demorar até 72 horas pra atender a um chamado. Neste tempo, muita coisa pode ter acontecido.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que uma equipe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) esteve no local para apurar as circunstâncias do fato, e que os agentes levantaram que não houve encontro de 60 jacarés mortos e sim duas cabeças, que foram recolhidas pela patrulha ambiental. "Testemunhas foram ouvidas e os agentes realizam diligências que possam auxiliar na identificação da autoria do crime. A delegacia também está em contato com a Secretaria do Meio Ambiente para alinhar ações conjuntas" conclui o comunicado.

Para o biólogo, mesmo que o número de duas cabeças encontradas em um dia pela Patrulha Ambiental no dia citado pelo barqueiro esteja correto, as denúncias de que os supostos caçadores atuam diariamente na região apontariam, então, para muito mais que 60 animais mortos durante este período.

– Está havendo caça diária, o caçador, de acordo com o relato dos barqueiros, é o mesmo e atua quase que diariamente. Toda noite entra com um barco de alumínio grande, isopores, faz a caça e leva os animais para casa. Se a gente pensar de uma maneira geral, mesmo que o número encontrado fosse de fato de duas cabeças, essa quantidade todos os dias já teria até extrapolado os 60 jacarés, há muito tempo — opinou.

Ao final da ação, Freitas elogiou a postura da polícia em tentar montar uma ação coordenada para que as supostas ações criminosas sejam coibidas na região.

– Por fim, eles (a polícia) me pediram apoio para montar uma estratégia para ação dentro da Lagoa, que é um resultado importante disso tudo. Falaram em ação cooperativa. Eles não podem fiscalizar, porque a Polícia Civil não é órgão fiscalizador, mas me disseram que irão se reunir com a Guarda Municipal e com a Secretaria do Meio Ambiente para cobrar esta fiscalização, para tentar agir, coibindo ou pegando os caçadores. Frequento e estudo essa área há pelo menos 20 anos e posso afirmar que a GM não faz patrulha na Lagoa, é um evento raro – concluiu

 

Fonte;Extra

Postar um comentário

0 Comentários