'Isso aqui está entregue às baratas', diz comerciante sobre local onde Cadu Barcellos foi morto

 

Cineasta Cadu Barcellos foi esfaqueado na Avenida Presidente Vargas
Cineasta Cadu Barcellos foi esfaqueado na Avenida Presidente Vargas Foto: Reprodução

Pessoas que trabalham em prédios e no comércio de rua próximo ao onde o cineasta Cadu Barcellos foi esfaqueado na madrugada de terça-feira relatam o aumento da insegurança na região da Avenida Presidente Vargas. Segundo os trabalhadores, a situação piorou há cerca de três meses quando um ponto de venda de drogas foi instalado num cortiço na rua Leandro Martins, a cerca de 500 metros de onde ocorreu o crime. A reportagem do GLOBO passou pelo local e constatou a presença de pelo menos dez usuários de crack nas calçadas, que ficam nos fundos do Colégio Pedro II.

No local onde Cadu foi esfaqueado, a calçada ainda manchada de sangue em frente ao prédio do Banco Central é a marca mais recente de uma rotina de medo de quem passa pelo local.

— Isso aqui está entregue às baratas. Piorou muito a segurança nos últimos meses. Quando o pessoal do Centro Presente sai, os assaltantes fazem a festa — conta um comerciante.

Cadu teria sido vítima de um assalto ao voltar de um samba na Pedra do Sal, reduto boêmio do Centro. Ele teria pego carona com uma amiga que seguia para a Zona Sul, e desceu do carro na esquina das avenidas Passos e Presidente Vargas para seguir para casa, quando foi abordado e esfaqueado no tórax.

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Ele chegou a correr até a esquina da rua Uruguaiana, onde taxistas o socorreram e chamaram a polícia.

— Os policiais vieram muito rápido, e a ambulância também não demorou, mas não deu tempo. Ele morreu na esquina — contou um taxista.

O cineasta Cadu Barcellos, de 34 anos, foi morto após ser esfaqueado
O cineasta Cadu Barcellos, de 34 anos, foi morto após ser esfaqueado Foto: Redes sociais / Reprodução

Outro comerciante que mora próximo ao local do crime afirma que assaltos são comuns nas madrugadas de terça-feira.

— Eles (assaltantes) já sabem, ficam por aqui esperando quem sai do samba de segunda-feira para pegar o ônibus ou o metrô. Com certeza foi assalto — diz.

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O bombeiro civil Roger Luís, de 29 anos, trabalha há cinco num prédio na esquina onde Cadu morreu, e diz que os assaltos tem aumentado a cada dia.

— Eu chego por volta das 6 da manhã e nunca tem policiamento. Vejo assaltos quase diariamente. Com a pandemia piorou demais.

Já o dono de banca de jornal relata ainda ser vítima constante de furtos, devido à falta de segurança na região à noite.

— Quase toda semana sofro um arrombamento. Está demais, tem muito morador de rua, e os bandidos se aproveitam e se escondem entre eles — lamentou.

Em nota, a Polícia Militar informou que foi chamada e encontrou Cadu caído, e em seguida acionou a perícia da Delegacia de Homicídios (DH). A DH assumiu o caso e informou que convocará testemunhas para esclarecer o crime.

Sobre a situação da área, a Polícia Militar afirmou que atua no local com rondas em viaturas, motos e com agentes a pé para coibir crimes. A corporação afirma que houve redução de 41,7% nos roubos a estabelecimentos comerciais e de 34,4% nos roubos a transeuntes na área do Centro quando comparados os períodos de janeiro a setembro de 2019 e 2020.

“A Rua Leandro Martins e adjacências estão no roteiro de policiamento batalhão, onde o 5°BPM teve ocorrências envolvendo apreensão de entorpecentes, máquinas caça-níqueis, facas e indivíduos conduzidos para a delegacia da área”, diz a nota. A polícia afirma ainda que a presença de dependentes químicos é uma questão de saúde pública e assistência social, e que está à disposição de outras instituições para ações conjuntas na região

 

Fonte;Extra

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