Olhando o passado podemos entender o presente e quem sabe mudar ou projetar o futuro, certo?
Em outubro de 2019, escrevi um texto falando sobre a polarização precoce entre Luciano da Locar e Tiago Dias na disputa à Prefeitura de Jacobina.
Pouco se falava em propostas. Não havia uma defesa do mandato ou a busca de uma mudança em um sentido especifico.
No mês de julho deste ano, falei sobre os números das últimas 6 eleições municipais e deixei alguns questionamentos.
Hoje, 17 de novembro, podemos entender o que as urnas nos disseram.
Pela primeira vez em desde 1996, Rui Macedo não disputou a eleição municipal.
Rui viu seu grupo ser fragmentado, muitos deles apoiaram Tiago Dias. O grupo não pensou no futuro, não surgiu uma liderança que pudesse representa-los no pleito de 2020.
Leopoldo Passos surpreendeu ao indicar Renata Oliveira como vice na chapa de Luciano da Locar. A aposta em um nome totalmente desconhecido, refletiu em um resultado negativo, principalmente no distrito de Caatinga do Moura, tradicional reduto daquele grupo.
Mariana Oliveira não conseguiu manter o crescimento que o PT estava obtendo nas 2 últimas eleições. Amauri Teixeira não esteve na cidade para ajudar a candidatura e o PT não conseguiu aglutinar um número expressivo de candidatos a vereador em prol da chapa petista.
Por outro lado, Tiago Dias seguiu à risca seu planejamento.
Tiago projetou seu nome como principal opositor ao prefeito, surfou na visibilidade que ganhou na eleição de 2018, e buscou ocupar espaços que os tradicionais líderes políticos negligenciaram.
O PT teve com Amauri Teixeira 20,26% dos votos válidos em 2012 e aumentou a votação do partido para 27,90% em 2016.
As urnas já mostravam que era possível quebrar a polarização entre Leopoldo e Rui. Tiago apostou nisso.
Não existe vácuo no poder, uma eleição sem Rui, sem Amauri e com Leopoldo fazendo uma aposta arriscada. Sobrou para Luciano defender sua gestão e Mariana tornar-se conhecida. Porém, na reta final, a eleição ganhou outros contornos.
Rui Macedo veio à Jacobina faltando 15 dias para a eleição. Pediu o apoio de seus correligionários mais fiéis para a candidatura de Luciano. Isso deu um ar de Davi versus Golias para a disputa.
Uma narrativa ganhou corpo nas redes sociais, cards ilustravam que Tiago poderia derrotar 4 lideranças políticas de uma só vez. Os memes disseminaram rapidamente essa ideia, em uma eleição onde a internet se mostrou ainda mais eficaz.
Não quero tirar o méritos do candidato vencedor. Tiago tinha um plano. O plano se mostrou exitoso.
Surgiu o espaço. Ele foi lá e ocupou.
Por: José Antônio Valois
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